Imóveis Especiais de Preservação (IEP) tiveram obras embargadas em dezembro. Foto: Rafael Martins/ESP. DP/D.A Press
Paulo Trigueiro
Diário de Pernambuco
Mais um capítulo da luta pela preservação dos imóveis modernistas da Rosa e Silva foi escrito, com prejuízo para a memória arquitetônica do Recife. Mesmo com modificações proibidas desde dezembro do ano passado, quando as residências se tornaram Imóveis Especiais de Preservação (Iep), elas tiveram o muro derrubado irregularmente no mês passado. Os responsáveis pela obra foram multados pela Prefeitura do Recife em cerca de R$ 2 mil pela destruição do muro.
Para o arquiteto Eduardo Pires, a derrubada do muro é um reflexo de como o recifense encara a ideia de patrimônio, de uma forma geral. “É como se o patrimônio fosse um obstáculo para o progresso. Quando o derrubam pensando que aquilo é algo velho e inútil, estão mostrando o que querem para a nossa cidade. Uma das poucas áreas agradáveis da cidade que sobrou é o bairro do Recife, justamente por sua preservação. Ninguém vem ao Recife para olhar um estacionamento”, comentou.
No jardim da casa 625, há ainda outra irregularidade quanto ao caráter de preservação que a residência deveria ter. Antes de ser considerada um Iep, foi instalado no jardim da casa um grande letreiro de publicidade, algo proibido para os imóveis preservados.
A assessoria de imprensa da Secretaria-Executiva de Controle Urbano do Recife (Secon) informou que o órgão vai solicitar ao proprietário da casa que retire o equipamento espontaneamente e, caso não seja atendida, realizará a retirada.