Policiais civis iniciam operação-padrão e pedirão interdição de delegacias

Antônio Assis
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Geraldo Lélis
Folha-PE

Visando buscar melhorias nas condições de trabalho, o Sindicado dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) iniciou, nesta segunda-feira (6), a Operação Polícia Cidadã, que deverá mudar a rotina dos profissionais. A partir de agora, os trabalhadores concentrarão seus esforços apenas nas atividades às quais lhe cabem segundo a lei. O objetivo da operação-padrão é diminuir a carga de trabalho exigida e forçar o Governo a reestruturar a segurança pública. À tarde, a categoria apresentou um dossiê com queixas que justificam a decisão.

A falta de condições de trabalho é apontada como a grande vilã. Conforme o Sinpol, delegacias padecem sem condições de higiene e com equipamentos inadequados, como coletes à prova de balas com prazo de validade expirado. Também faltam locais adequados para os policiais repousarem nas horas de intervalo. Nesta terça-feira (7), representantes da entidade sindical pretendem pedir a interdição de unidades junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e à Vigilância Sanitária.

Serão incluídas na lista as delegacias do Cabo de Santo Agostinho e de Olinda, no Grande Recife; da Macaxeira, na Zona Norte da Capital, além do Instituto de Medicinal Legal (IML) do Recife e de Petrolina. Os flagrantes de irregularidades foram feitos entre os dias 14 de março e 5 de abril, em 30 cidades e 36 locais de trabalho. Foram constatadas instalações ruins também nas delegacias de Arcoverde, Araripina, Agrestina, Belém de São Francisco, Belo Jardim, Caruaru, Correntes, Custódia, Chã Grande, Exu, Garanhuns, Jupi, Lagoa de Itaenga, Lajedo, Moreno, Ouricuri, Pesqueira, Petrolina, Santa Cruz do Capibaribe, São Caetano, São José da Coroa Grande, São José do Belmonte, Serra Talhada, Tacaratu, Tracunhaém, Timbaúba e Trindade.

“A gente quer apontar as falhas e espera correções. Na remuneração, temos o segundo pior salário do País; falta de efetivo, policiais fazendo cotas para comprar água para beber, para comprar material de limpeza. Muitas vezes, o policial tem que comprar papel para imprimir os inquéritos”, reclamou o presidente do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros.

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