Variante mais agressiva do HIV é descoberta em Cuba; especialistas estão preocupados

Antônio Assis
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Especialistas explicam que o tipo de HIV detectado em Cuba tem o vírus recombinado de três outros subtipos de HIV
Foto: AFP
NE 10
Especialistas em saúde de Cuba detectaram, há alguns anos, que os pacientes com o vírus do HIV no país desenvolviam a Aids de uma forma anormalmente rápida. Um grupo internacional de cientistas, ao investigar a situação, concluiu que, de fato, em Cuba existe uma variante do HIV que é muito mais agressiva, tanto que, em alguns casos, em menos de três anos os pacientes já se encontravam muito doentes.
Os especialistas explicam que, em uma infecção "normal", o vírus tem que se agarrar às proteínas nas membranas das células do corpo humano. Em uma infecção comum, o vírus usa o ponto CXCR5 e, depois de muitos anos do portador estando em pleno estado de saúde, se muda para o CXCR4, que acelera a propagação da Aids no organismo.
Nos pacientes cubanos esta transição ocorre de forma muito mais rápida e drástica, eliminando a fase em que o paciente ainda tem uma vida saudável. Os cientistas estudaram amostras de sangue de 73 pessoas que haviam sido infectadas recentemente e 52 delas já haviam desenvolvido a Aids. Os especialistas ainda explicam que o subtipo de HIV detectado em Cuba tem o vírus recombinado de três outros subtipos de HIV.
ANTI-RETROVIRAIS - Se o tratamento com anti-retrovirais costuma funcionar bem para tratar infecções normais, ele perde a eficiência dependendo do nível de avanço da doença, no caso do subtipo de HIV encontrado em Cuba.

No país, até o momento, foram diagnosticados um total de 17.625 casos de HIV desde que a epidemia surigu, na década de 1980, segundo dados da Infomed, site oficial da rede de saúde cubana. A epidemia em Cuba ataca majoritariamente a população masculina - 80% de todos os infectados são homens. O Estado oferece atenção e tratamento gratuito a todos os infectados.

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