Justiça ordena que sede do América seja desapropriada nesta quinta

Antônio Assis
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Local histórico do futebol pernambucano pode estar com seus dias contados (Foto: Peu Ricardo)

Blog de Primeira

No dia 30 de janeiro, em entrevista coletiva, o presidente do América, Celso Muniz Filho, apresentou a defesa do clube alviverde citando diversos equívocos que teriam acontecido no processo. Entre as alegações estavam: o fato da dívida ter sido contraída quando o América ainda tinha o CGC (Cadastro Geral de Contribuintes) e não o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica); divergência nos valores do imóvel – a sede foi arrematada por R$ 2,4 milhões, mas segundo o presidente o valor real seria três vezes mais que o apresentado; além de um erro na identificação e na metragem da área do imóvel.O América viverá, nesta quinta (5), o capítulo mais triste da sua história mais do que centenária. A partir das 9h, a sede do clube, localizada na Estrada do Arraial, Zona Norte do Recife, será desapropriada. Uma dívida de R$ 105 mil com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) levou o imóvel a leilão, sendo arrematado por R$ 2,4 milhões pela SGF Participações LTDA. Os dirigentes do clube tentam reverter o processo, mas a ordem de desocupação já foi confirmada pela Justiça.

“A Justiça mandou o despacho para os imóveis de número 3107 e 3087, mas esse segundo não foi motivo de leilão. Informamos sobre o erro, mas não foi feito nada. As metragens do imóvel também divergem das metragens colocadas no documento. Vamos tentar uma liminar na Justiça, tentando um agravo de instrumento no Tribunal Regional Federal. Se rejeitarem vamos procurar o STJ e ainda vamos acionar o Conselho Nacional de Justiça, mostrando as arbitrariedades do caso”, afirmou o presidente do América.

Celso Muniz até tentou, mas foi inevitável não imaginar o pior. Com a ordem de desocupação confirmada, o presidente lamentou o pouco tempo que o América teve para formular a defesa. “Tudo foi feito de uma forma muito rápida. Isso é um estupro que está acontecendo com o América. Temos troféus de 1918, 1923 que não podem sair assim, sem uma preparação maior. Eles são antigos e podem ser danificados na retirada. Gostaríamos de mais tempo, mas por enquanto pensamos em tirá-los para colocar em outro local”.

O risco de ver a sede, inaugurada em 1951, ser demolida, também preocupa o mandatário. “Isso seria de uma arbitrariedade absurda. Quem comprou o imóvel ainda não é proprietário e sim arrematante. Ele só será dono quando pegar a carta de arrematação e registrar no cartório de imóveis. Se eles demolirem o imóvel, será de forma ilegal”, argumentou. “Conheço quem arrematou o imóvel e sei que ele é uma pessoa de boa índole. Acontece que ele foi iludido nesse processo por pessoas de má fé, que esconderam todas essas ilegalidades. Vamos conseguir provar tudo isso na Justiça”.

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