Tatiana Nascimento
Diario de Pernambuco
A situação não está fácil para os venezuelanos. Como se não bastasse a dificuldade de encontrar nos supermercados gêneros de primeira necessidade, como carne e açúcar, nossos vizinhos lá de cima não estão achando um produto importante no combate às doenças venéreas, à disseminação do HIV e que ajuda no controle da natalidade: a camisinha. E quando encontram, o preço está nas alturas.

“Agora precisamos esperar na fila até para fazer sexo”, disse ao site Jonatan Montilla, 31, diretor de arte de uma empresa de publicidade. De acordo com dados da ONU, a Venezuela tem a terceira maior taxa per capita de infectados pelo vírus HIV na América do Sul, atrás do Paraguai e do Brasil. E também tem uma das maiores taxas de gravidez na adolescência do continente. Só perde para Guiana, segundo dados do Banco Mundial.
A Federação Farmacêutica Venezuelana relatou ao pessoal do Bloomberg Business que as camisinhas e outros contraceptivos começaram a desaparecer das farmácias no final de dezembro. A Venezuela vem sofrendo com a queda no preço internacional do petróleo, principal produto da pauta de exportações do país. Nesta quarta-feira, o barril fechou cotado nos Estados Unidos a menos de US$ 50.