Diario de Pernambuco
Inserida na cultura do brasileiro, a bebida alcoólica é um dos principais inimigos da saúde, pois, ingerida em excesso, acaba associada a mais de 350 doenças. Em Pernambuco, o happy hour habitual passa a ser um problema quando se considera que o estado é o líder do país em proporção da população que admite abusar do álcool mais de quatro vezes por semana. E o conceito de "abuso" varia de pessoa para pessoa – para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o excesso ocorre quando a ingestão é superior ao que considera como "moderado" - três doses diárias de bebidas do gênero.

A dependência de álcool, em geral, é diagnosticada após 10 anos de consumo intenso. "São aquelas pessoas que não conseguem passar o dia sem pensar em beber. O álcool afeta a expectativa de vida e o dependente é mais vulnerável", exemplifica a pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas Zila Sanchez.
Mesmo longe do cenário de alcoolismo, quando os abusos são frequentes, Pernambuco está entre os dez estados com maiores parcelas de moradores que dizem ingerir álcool regularmente. O Brasil é signatário do documento da Organização Mundial de Saúde que tem como meta a redução em até 10% do consumo nocivo de álcool até 2025.
Na verdade, qualquer ingestão de álcool já apresenta riscos à saúde, por isso, não é preciso beber todos os dias para se ver vulnerável dos efeitos destes produtos. Os "porres" eventuais – classificados como "padrão binge", que superam cinco doses diárias de álcool -, por exemplo, favorecem a hipertensão, risco que vai além dos comportamentais, a exemplo da direção insegura ou das relações sexuais sem proteção. E quanto mais cedo se começa a beber, maiores as chances de se fazer o "binge" ou se tornar dependente da bebida.