Giovanni Sandes
JC Online
Goiana vai ganhar o primeiro hotel voltado para a nova indústria da Zona da Mata, para atender o público movimentado por empresas como as fábricas do polo automotivo da Fiat Chrysler. As obras vão começar em setembro, com duração de 30 meses. Serão 120 quartos de categoria econômica, a mesma da rede Ibis – mas a bandeira não está definida, é só um exemplo. O investimento de R$ 18 milhões é do Consórcio Paradigma, que entre os sócios tem o ex-proprietário do hotel Recife Palace, em Boa Viagem.

O empresário Alexandre Mirinda, da AWM, conta que a primeira etapa contou com a venda de 105 lotes e o investimento na infraestrutura comum de nove das 19 quadras do bairro. “As obras da nova etapa vão começar em setembro. Essa etapa é vertical, com o hotel e edifícios residenciais”, comenta Mirinda.
O consórcio chegou a negociar a bandeira com duas empresas do setor. Porém, as tratativas foram adiadas após a entrada da Malus no consórcio. “Já temos demanda garantida. Então vamos nos concentrar nas obras e avaliar com mais calma essa definição da bandeira”, afirma.
A demanda virá principalmente das indústrias de Goiana. Só o polo automotivo terá 8 mil empregos, sem contar outras fábricas como a Vivix, âncora de um polo de produção e beneficiamento de vidros planos. As indústrias movimentam pessoal próprio e fornecedores entre o Brasil e países como França, Itália e Estados Unidos, uma via de mão dupla.
Mas o consórcio buscou outra forma de conseguir demanda para o hotel e também para um futuro empresarial que será construído na mesma quadra, no bairro planejado.
O grupo percebeu que o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) buscava área para construir um novo fórum na cidade, tendo em vista o rápido crescimento do município com a quantidade de empresas e pessoas que a região está recebendo. Assim, o Consórcio Paradigma doou um terreno de 7.500 metros quadrados para o TJPE. O fórum está localizado na chamada área institucional do complexo, onde também ficará uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Especializada.
“Como teremos serviços jurídicos e de saúde, surgiu também uma demanda por escritórios. Então estudamos a possibilidade de antecipar a construção do empresarial para ter escritórios de advogados e consultórios. Antes, pensávamos em construir o corporativo só após a entrega do hotel”, comenta Mirinda.
No total, o Northville prevê a implantação de 2.200 imóveis, em um período de 10 anos. O valor geral de vendas estimado para todo o projeto é de R$ 1 bilhão.