Folha-PE
O projeto Novo Recife, que prevê a construção de 12 torres de até 40 andares e uma remodelação urbanística na área do Cais José Estelita, será revisto com o intermédio da Prefeitura do Recife (PCR). Essa é a promessa do Consórcio Novo Recife após a reunião realizada nesta manhã com a prefeitura e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB -PE), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), o Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), o Observatório do Recife, o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec) e o Fórum Estadual de Reforma Urbana (Feru). Representantes do movimento #OcupeEstelita e do Direitos Urbanos não participaram deste encontro.
Andréa Rêgo Barros
O grupo, formado pelas construtoras Moura Dubeux Engenharia, Queiroz Galvão, Ara Empreendimentos e GL Empreendimentos, vai aguardar o posicionamento das entidades que questionam o projeto Novo Recife e, a partir daí, avaliar as sugestões para alterações no empreendimento. O consórcio espera a desocupação do local pelos participantes do #OcupeEstelita, que se instalaram no local desde o último dia 21. “Estamos abertos ao diálogo e a fazer um novo desenho, além de receber as contra argumentações do projeto. Após este processo, faremos os ajustes necessários”, explicou o engenheiro civil Eduardo Moura, da Moura Dubeux Engenharia. O representante do empreendimento garantiu ainda que nenhuma intervenção no Cais José Estelita será feita feito até que o impasse seja resolvido.
Uma nova reunião está programada para acontecer nesta sexta-feira (06), desta vez entre a Prefeitura do Recife, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o Ministério Público Federal (MPF) e representantes do Consórcio Novo Recife. O governo municipal será responsável pela intermediação do encontro. Após este encontro, devem ser deliberadas as próximas ações referentes ao cronograma de redesenho do projeto. Entidades da sociedade civil serão convidadas a enviar suas propostas. Ainda não foi definido um prazo para a entrega das alterações do projeto.
Na última segunda-feira, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foram intimados pela Justiça Federal em Pernambuco a esclarecer se aprovaram ou não o Projeto Novo Recife. A ação tem como base o ingresso de uma petição em nome do Consórcio Novo Recife junto à 12ª Vara Federal solicitando que fosse reconsiderada a decisão de suspender a demolição dos galpões situados no Cais José Estelita. Contudo, o pedido foi negado pelo magistrado.
A decisão pela suspensão temporária do alvará que garantia a demolição dos galpões do Cais José Estelita foi dada pela Prefeitura do Recife, também nesta semana. A notícia foi dada pelo prefeito Geraldo Julio, após uma reunião realizada com representantes de diversas entidades civis. De acordo com a PCR, a suspensão foi motivada para que a discussão com a sociedade civil seja retomada.