Felipe Lima
JC Online
O impasse que trava o avanço do projeto de lei do governo do Estado, que prevê a entrega como “propriedade plena” de 200 hectares de São Lourenço da Mata à Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A., provocou reações distintas em quatro pré-candidatos ao governo. O senador Armando Monteiro Neto (PTB) se mostrou solidário à bancada de oposição, composta por membros do seu partido e do PT, no pedido de maiores informações. O ex-secretário estadual e líder da frente governista, Paulo Câmara (PSB), defendeu a importância da parceria público-privada (PPP) da Cidade da Copa para o Estado.
O postulante pelo PSOL, José Gomes Neto, atacou duramente a iniciativa, citando que o governo estadual criou o “capitalismo sem risco” através de seu programa de PPP. A vereadora Michele Collins, pré-candidata pelo PP, por meio de sua assessoria de imprensa, se manifestou contrária a entrega de área pública à iniciativa privada e criticou a carência de informações técnicas e financeiras no projeto de lei.

Paulo ainda informou que a PPP da Cidade da Copa tem força para promover uma “expansão urbana planejada e ordenada” no Grande Recife; melhorar a infraestrutura metropolitana; ampliar o mercado imobiliário e comercial; e ainda privilegiar a sustentabilidade.
José Gomes Neto foi enfático em texto ao rechaçar o projeto de lei: “É um escândalo esta vergonhosa entrega direta de bem público para a iniciativa privada”. O pré-candidato da chapa PSOL/PMN afirmou que vai aguardar a prestação de contas para conferir “como essa entrega será retribuída por doações eleitorais milionárias às candidaturas do PSB”.
Disse também não enxergar benefícios da PPP para o Estado. “No terreno só vemos escombros da dignidade triturada em nome de uma Copa que não será para os pernambucanos. O legado da Copa será todo para a Odebrecht”, disparou, citando as centenas de desapropriações como a face negativa do empreendimento.
O projeto de nº 1973/2014, enviado em regime de urgência à Assembleia Legislativa de Pernambuco pelo Executivo, foi retirado de pauta na última terça-feira após pedidos de informações da bancada de oposição. Os seus impactos só acontecerão na administração do próximo governante, pois, apesar de ser parte fundamental do contrato da PPP da Cidade da Copa, o projeto imobiliário ainda não começou a sair do papel.