Rodrigo Passos
Folha-PE
Por intermédio de uma ação Judicial, o Exército Brasileiro reconheceu a primeira união homoafetiva e expediu a carteira de identidade de um depende. O casal A.E., 22 anos, que é estudante de sistema da informação, e o sargento das Forças Armadas J.E.S, 40, conseguiram, depois de dois anos, alcançar o reconhecimento. O caso é histórico, já que se trata do primeiro nacional. O documento ficou pronto na última quarta-feira e garante todos os direitos de dependentes de casais heterossexuais. Agora, A.E. é portador de uma carteira de identidade militar.
O casal se conheceu em um bate-papo na internet, em 2009. Depois de um ano de amizade, iniciaram o namoro quando, em janeiro de 2012, deram entrada no processo de união estável. “Primeiro tentamos conseguir o documento de forma administrativa, mas eles negaram. Por isso, decidimos entrar com ação”, afirmou o estudante. Foi nesse momento que o casal se deparou com a advogada Laurecília de Sá Ferraz, que acompanhou todo o caso. “Em primeira instância o pedido foi negado pelo juiz Roberto Wanderley, depois o caso foi para o Tribunal Regional Federal e foi aprovado o reconhecimento”, relatou.
Apesar da demora, já que a solicitação para a expedição da carteira tenha sido realizada em março, o sonho foi concretizado. “A nossa ideia era mudar todo o sistema, para que outras pessoas não precisem mais de tanta burocracia para conseguir um direito, que deve ser igual para todos. Foi um ganho pessoal e como militante”, finalizou o A.E.. Atualmente, o sargento vive no Acre, já que foi transferido desde o final do ano passado. “Ele pretende pedir transferência para cá ou eu vou morar lá. Apenas não fui com ele porque estou terminando a faculdade”, explicou o estudante sobre a separação obrigatória. Enquanto isso, a ponte aérea Recife/Acre será frequente, e muito feliz.