Por Mirella Araújo
Da Folha de Pernambuco
Em meio a um plenário esvaziado, devido ao anúncio oficial da candidatura do secretário da Fazenda Paulo Câmara ao Governo de Pernambuco, o líder da oposição da Assembleia Legislativa Sergio Leite (PT) criticou a defasagem do quadro de agentes penitenciários afirmando que o Estado possui um dos maiores déficit de policiais. “O recomendado é termos cinco presos para cada agente, mas Pernambuco tem 1.400 agentes para uma população carcerária de mais de 28 mil presos, ou seja, são 20 apenados para cada um policial”, disparou o petista, que, na manhã desta segunda-feira (24) recebeu uma comissão de concursados remanescentes da seleção de 2009 que reivindicam a contratação imediata.
O deputado Daniel Coelho (PSDB), mantendo sua postura de independente, fez um aparte relembrando que na condição de líder da oposição já tinha trazido ao menos quatro vezes à Casa as queixas sobre a precariedade do sistema penitenciário Pernambuco. O tucano afirma que o Governo do PSB deixará uma “herança maldita”, no que diz respeito à segurança pública. “O Maranhão que está numa situação de calamidade possui 13 presos para cada agente, veja como Pernambuco está distante dos piores estados do País”, cravou Coelho.
Com a tática de só dar as respostas após o pronunciamento dos opositores, o vice-líder do Governo Isaltino Nascimento (PSB) disse que o Governo cumpriu sua etapa, convocando os que passaram em 2011, restando apenas 34 candidatos aptos com o que preconiza o edital – eram 500 vagas onde o Executivo poderia chamar até 1.500 e não haveria critério de reservas. “Se a procuradoria entender que o limite 1.500 pode ser prorrogado, o Governo tem total interesse em fazer a convocação para não ter que ser feito um novo concurso. Não estamos fazendo jogo político aqui”, esclareceu.
BARRADOS
Os concursados que não foram convocados pelo Governo fizeram um protesto na manhã desta segunda-feira pela Avenida Conde da Boa Vista até a Assembleia Legislativa, onde foram impedidos de entrar. O deputado Maviael Cavalcanti (DEM) criticou a Casa Joaquim Nabuco, que por ser uma casa do povo não poderia impedir a entrada do grupo. “Eles vieram conversa de forma pacata, vieram reivindicar seus direitos. Não é possível que a Casa que serve para implementar a democracia haja dessa maneira”, disparou o democrata