Site ajuda a fiscalizar os gastos públicos

Antônio Assis
0
Carolina Albuquerque
JC Online

Foto: reprodução/Internet

Após a Lei de Acesso à Informação, nº 12.527/11, ficou mais fácil consultar os dados públicos. Depois de algumas décadas de democracia, somente com essa legislação, a publicidade das atividades e gastos com o dinheiro público virou obrigação dos três Poderes. Um avanço inegável. Porém, quem se arvora entre os portais de transparência de poderes como o Senado, a Presidência da República e a Câmara Federal deve estar pronto para adentrar num labirinto.
Uma ideia simples e mais ou menos trabalhosa surgiu dessa dificuldade. Prestes a se formar em Ciência da Computação na Universidade Católica de Pernambuco, Antônio Albuquerque jogou na rede o site “Fiscalizeai”. Um projeto, a princípio inteiramente pessoal, para facilitar a busca por informações de gastos públicos.

“A ideia veio diante do momento que o Brasil está vivendo, momento político. Em um discurso da presidente (Dilma Rousseff) me chamou atenção a fala de que era importante criar mecanismos de fiscalização para combater a corrupção. Até para quem é da área, um profissional de TI, achei muito espaços nos portais de transparência para chegar à informação. Isso é exatamente o oposto do que a ciência da computação oferece, que diz que as deve-se organizar de forma clara e objetiva”, explica Antônio.
Não por acaso, ele resolveu começar pela Câmara Federal, onde circulam mais de 500 deputados. Recém-lançado, o site, atualizado mensalmente, já dispõe de um ranking no qual expõe os líderes em gastos com a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap). Nos oito meses de 2013, o conjunto de parlamentares exigiu dos cofres públicos o reembolso de mais de R$ 80 milhões. Até o momento, quem ocupa o primeiro lugar é o deputado federal Lira Maia (DEM-PA), com R$ 300.944,42.
No “Fiscalizeai” é possível saber, sem que seja necessário fazer cálculos, o gasto total por partido, por fornecedor dos serviços que integram a Ceap, por deputado e por categorias. Na computação isso se chama “mineração de dados”, explica Antônio. “O portal dos deputados fornece esses dados para enviar, baixar. O que faço é nada mais do que organizar de forma mais clara, para qualquer cidadão ir atrás. Também utilizo alguns métodos estatísticos, para além da busca por ordem alfabética, que a disponível na Câmara”, explica.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)