A Há 45 anos, o Led Zeppelin iniciava o seu voo no mundo do rock

Antônio Assis
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Banda marcou época até 1980
Foto: Internet

Thiago Wagner
Do NE10
O dia 7 de setembro não é marcado apenas pela Independência do Brasil. Pelo menos na música, especialmente para o rock, o grito de Dom Pedro I às margens do Ipiranga não foi o som mais importante vindo do passado. Nesta data, há exatos 45 anos, quatro rapazes ingleses se uniam para o primeiro de muitos shows que mudariam o rock and roll mundial. Calma leitor, não estamos falando dos Beatles. O quarteto em questão é o Led Zeppelin. Juntos, Robert Plant, Jimmy Page, Jonh Paul Jones e John Bonham não foram personagens da independência de um país, mas pelo menos foram responsáveis por um estilo próprio, e até mesmo pioneiro, de conduzir a carreira musical. Priorizaram os shows, quase sempre caros, e conseguiram influenciar uma geração de fãs e músicos. Mais do que um som, o Led Zeppelin produziu um legado.

O primeiro momento da banda no palco, porém, não teve nada de grandioso quando comparamos com o restante da carreira do grupo. No Gladsaxe Teen Clube, em Copenhague, na Dinamarca, o quarteto teve que se esforçar para atrair da atenção do público. O motivo: go-go girls de topless ao lado do conjunto. 
O nome também não era o já conhecido Led Zeppelin. Por questões de contrato, os quatro ingleses tocaram com a nomeclatura de The Yardbirds, antiga banda de Jimmy Page e de quem o Led é uma espécie de herdeiro. O atual nome só viria alguns meses depois. Em tradução literal significa Zeppelin de Chumbo. Mal sabiam eles o quão verossímil significaria tal definição.

O sucesso da banda veio em curto espaço de tempo, principalmente nos Estados Unidos. Influenciados pelos blues, o Led decolou na Terra do Tio Sam. Apostaram nos shows e deixaram de lado a venda de singles - música de um álbum considerada viável comercialmente e que geralmente é lançada de maneira individual. O quarteto foi de encontro a uma prática comum na indústria da música na época. Ainda assim, o conjunto tem um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos nos Estados Unidos: o Led Zeppelin IV, que supera até mesmo os Beatles e o AC/DC.

Apesar de jovens, Plant, Page, Jones e Bonham eram considerados músicos de extremo talento. Cada um ao seu estilo. Na guitarra e no baixo respectivamente, Jimmy Page e John Paul Jones eram considerados mais técnicos, principalmente no início. Ambos já tinham trabalhos conhecidos ou em outros grupos ou nos estúdios de gravação. O vocalista Robert Plant e o baterista John Bonham eram os desconhecidos - considerados até 'caipiras' em certos momentos devido ao pouco convívio com o mundo musical.

A história, porém, revelou que a união dos quatro seria um benefício ao rock. Depois de se tornar conhecido nos Estados Unidos, o grupo finalmente foi reconhecido na Inglaterra e no mundo. Com isso também surgiram as polêmicas, principalmente fruto de farras. Em uma delas, Bonham, visivelmente embriagado, saiu nu no palco em Nova Iorque, em 1969. Só não foi preso porque o empresário da banda, Peter Grant, o trancou em um camarim.
Na lista de melhores músicas, fica difícil elencar somente uma, ou até mesmo mais. Alguns irão lembrar da clássica Starway to Heaven ou das batidas de Rock and Roll e de Immigrant Song. A verdade é que o Led foi um conjunto versátil que conseguiu aliar o som pesado com melodias místicas e cheias de simbolismo.

"A minha descoberta com a banda veio com a música 'Stairway to Heaven', ainda adolescente. Ainda não vivíamos a era da internet, com essa coisa de poder baixar discos e discografias. Acho que a escutei numa trilha de novela. Naquela época, em meados dos anos 80/90, geralmente tinhamos que comprar os discos ou gravar fitas cassete - de algum disco emprestado. Foi o que eu fiz antes da minha primeira viagem a São Paulo, em 98. Passei o mês inteiro escutando 'Babe I'm Gonna Leave You', 'Whole Lotta Love', 'Going To Califórnia' e 'All My Love'. Lembro até hoje com saudade daquela solidão, numa casa de uma tia, onde saia com meu walk-man - hoje um trambolho - pelo centro de Sampa, escutando o Led. Marcante", diz o músico pernambucano Ricardo Chacon, que já integrou a banda Nós 4.

O último voo do Zeppelin ocorreu em 1980 com a morte do baterista John Bonham, que se asfixiou com o próprio vômito após se embriagar. A banda ainda se reuniu em outros momentos para tocar junta com o filho de Bonham, Jason, nas batecas. Em 2007, chegou-se a ser especulada uma turnê dos agora já veteranos músicos. Robert Plant, no entanto, tratou logo de por fim a união do grupo quando deu seguimento com sua carreira solo.

Mesmo tendo acabado há mais de 30 anos, o Led Zeppelin continua influenciando músicos da atual geração. Não são raros os covers da banda. Tina Turner, Jerry Lee Lewis, Stone Temple Pilots e Foo Figthers já prestaram tributo ao conjunto que marcou uma época no rock.

"Na verdade, lembro de poucas bandas que me fizeram sentir algo de verdade. Não sei se por conta do vocal de Robert Plant - por eu ser cantor - ou pelos acordes da guitarra do quase "baiano" Jimmy Page; ou ainda, se por conta dos contra-tempos de Bonham. Uma vez compus uma música chamada 'Desejo', que depois me toquei o quanto eu tinha 'chupado' de 'Babe I'M Gonna Leave You'. Era a mesma sequência de notas. O que mudava era a minha melodia de voz e a letra em português. Adorava tocar a música com a banda de rock", releva Chacon.

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