Para sair da crise econômica, dependemos dos investimentos, que estão em passo de tartaruga

Antônio Assis
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Wagner Pires

A população se endividou. E não foi só com o consignado, que é crédito livre; endividou-se também com o crédito vinculado – compra de veículos e imóveis. Mas não podemos falar, ainda, em bolha de crédito, pois, segundo o Banco Central, o nível de inadimplência está baixo.

A tendência de queda da inflação que estamos vendo comprova a redução da demanda. O nível de endividamento das famílias em 44,20% do orçamento anual familiar (um absurdo) fez a população frear o consumo. Os recursos estão sendo canalizados para pagamento de dívidas. A divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2013 mostra que o consumo das famílias variou em apenas 0,01%. Ou seja, praticamente não houve crescimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) é dado pela soma do consumo das famílias, consumo do governo, investimento, e saldo do balanço de pagamentos (exportações menos importações). Ora, o balanço de pagamentos está horroroso apresentando déficits seguidamente; os investimentos, por enquanto não se deslancharam e estão, praticamente, atrelados à política de concessões que só surtirá efeito a partir do ano que vem; o governo tem de melhorar seu gasto direcionando-o à infra-estrutura; o consumo das famílias parou. Então, para o PIB crescer, inclusive gerando emprego, basicamente, dependemos dos investimentos.

Espera-se que as concessões do governo petista surtam efeito a partir do próximo ano, porque em 2013 a única variável que pode mudar este quadro – investimento – caminha a passos de tartaruga. O país perdeu a quarta posição entre os países com destino de capital externo. Digo isso em relação ao investimento estrangeiro direto (IED) que, por enquanto, responde por 31% do nosso PIB e foi o responsável por tornar o Brasil a 6ª economia mundial. Este desinteresse pelo Brasil está sendo gerado pela pífia política econômica do governo petista que demorou a tomar as medidas de concessão e, de quebra, gastou mal os recursos públicos.

Crescemos apenas 0,6% no primeiro trimestre. Se anualizarmos isto, teremos um crescimento máximo de 2,4% em 2013. Como a inflação sinaliza ficar em torno de 6%, o crescimento se mostra insustentável já que a própria inflação se incumbe de corroer os ganhos da economia.

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