Tércio amaral
Filipe Barros
Diário de Pernambuco
Depois da aprovação do controverso Estatuto do Nascituro na Comissão de Finanças da Câmara, no Congresso Nacional, no começo deste mês o debate em torno da legalização da prática do aborto voltou à tona nas rodas de debates e nas redes sociais. A legislação, caso aprovada, dá direitos ao embrião e cria incentivos com o objetivo de evitar abortos mesmo em casos que hoje são autorizados, como para vítimas de estupro. Diante da polêmica, o diariodepernambuco.com.br consultou toda a bancada de 25 deputados federais do estado sobre a “legalização do aborto”. Também os questionou sobre “casamento gay” e “legalização do consumo de drogas”. Temas que estão na pauta da sociedade e que têm provocado discussão em vários setores. Deles, 16 se posicionaram e 9 preferiram adotar o silêncio. Veja a opinião dos parlamentares no fim do texto ou clique aqui.
O cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Michel Zaidan defende que estes temas, quando debatidos, podem mudar a realidade social do país. Para ele, a sociedade brasileira nem é de esquerda ou direita, mas quando a agenda legislativa toca nessas questões, a população, em geral, reage com preconceito motivado, sobretudo, pela influência cultural do cristianismo e demais protestantes. “Os deputados que declaram abertamente seu voto contra ou a favor nessas questões correm o risco de perder voto. Daí uma parte se abster. Pode até concordar, mas se abstém, com medo da perda do voto, causando enorme desserviço ao avanço do direito das minorias. Uma espécie de oportunismo eleitoral desesclarecido”, critica.