Suas coisas, todas, conectadas

Antônio Assis
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O consultor de inovação Masuki Borges, da empresa pernambucana Ikewai, dá alguns exemplifica algumas formas como a internet das coisas vem sendo utilizada. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Dulce Reis
Diário de Pernambuco 


De banana a foguete. Uma casa conectada em que seus objetos podem ser monitorados e operados remotamente. Empresas, indústrias e fazendas com o objetivo de melhorar, baratear e tornar suas produções mais eficientes. Estes são alguns dos exemplos onde a presença da internet pode fazer diferença. A conexão de dispositivos e aparelhos pode parecer algo até distante, mas já está tão presente nas nossas vidas que nem nos damos conta. O melhor exemplo disso é o inseparável celular. Hoje o aparelho virou smartphone e possibilita a realização de uma infinidade de tarefas por meio de seus aplicativos. Mas, finalmente, o que é a chamada “internet das coisas”? O que é essa tendência que vem crescendo e que promete mudar as nossas vidas?
O termo “internet das coisas”, que vem do inglês “internet of things” (IoT), possui um conceito amplo, tanto quanto as suas finalidades. Para o professor-doutor da Universidade de São Paulo (USP) e consultor de inovação digital Luli Radfahrer a introdução de dispositivos conectados ao nosso cotidiano é um salto maior do que a disponibilização da eletricidade. “A energia elétrica tornou as coisas mais rápidas e potentes. Agora elas serão mais inteligentes”, explica. “Se você falar de qualquer sistema conectado, que não seja um computador, e que tenha uma interação, um protocolo, isso é internet das coisas”, explica o cientista da computação Felipe Ferraz, profissional do Centro de Estudos Avançados do Recife (Cesar) que já atuou em projeto com esta tecnologia.

Para provar a vocação da internet das coisas de tornar os dispositivos mais inteligentes, Felipe exemplifica com o caso da banana produzida pela empresa americana Chiquita. “É, literalmente, uma fruta com um identificador numa etiqueta. Assim o produtor pode monitorar desde o grau de maturidade até mesmo o caminho percorrido para o produto ser entregue”, explica. Desta forma, quando alguém se conecta de forma passiva, ou seja, sem se dar conta de que está usando o virtual ligado ao mundo real, essa tecnologia mostra o quanto é sutil. “É o hardware com o molho do software. Um iPhone não é nada sem software, sem seus aplicativos”, diz Luli.

No final das contas, o professor decreta: “O que precisa de internet? Nada. O que pode ter internet? Tudo”. Neste sentido, podemos perceber o avanço desta tecnologia. Além dos smartphones, todos os tipos de computadores e tablets, diversos outros dispositivos já estão no mercado com conexão, como GPS, geladeiras, fogões e câmeras fotográficas. “Algumas estações de trem e de metrô da Coreia do Sul são equipadas com gôndolas virtuais. As pessoas podem escolher os produtos, ver o seus valores e através de um QR Code fazem as suas compras enquanto não embarcam. A entrega dos produtos são feitas na casa do consumidor com horário marcado”, conta o psicólogo e consultor de inovação Masuki Borges, da empresa pernambucana Ikewai.

Com os objetos conectados, um dos principais benefícios para os usuários será a economia de tempo. É o caso dos meios de transportes. “Um táxi conectado à internet poderá ser solicitado através de uma aplicativo instalado no smartphone. Através do app, o passageiro vai saber qual o valor da corrida e até mesmo pagar com o cartão de crédito. E isso já acontece nos Estados Unidos”, explica Masuki. E quais são as ferramentas, dispositivos e aparelhos candidatos a beneficiar a sociedade neste sentido? “Podemos enfiar um sensor e uma antena e conectar tudo à internet”, decreta Luli.

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