Descoberta causa de reação de bactérias

Antônio Assis
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Jorge Dirkx/EFE
ACHADO pode garantir economias de despesas médicas em todo o mundo
XANGAI (EFE) - Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Fudan, em Xangai, China, descobriu por que certos tipos de bactérias podem desenvolver métodos de resistência contra a ação de uma variedade de antibióticos. O problema da cada vez maior reação dos microorganismos ao tratamento com antibióticos se deve, sobretudo, ao abuso em sua utilização. Tanto pelas ocasiões nas quais são prescritos, como pelo excesso das doses aplicadas, um problema que é especialmente sério na China, onde isso já virou um hábito. 
Segundo o jornal independente “South China Morning Post”, o país é um dos que mais abusam dos antibióticos em todo o planeta, com uma média de 138 gramas por pessoa em 2011. A descoberta, financiada pelos governos central chinês e o de Xangai, embora seja apenas um primeiro passo aplicável para um grupo determinado de substâncias, pode ajudar a conseguir durante um tempo grandes economias de despesas médicas no mundo todo, já que poderia permitir alongar a vida útil destes remédios, antes de serem necessárias novas alternativas.

A equipe da universidade chinesa, liderada pelo biólogo molecular britânico Alastair Murchie, publicou na revista Cell o achado, em várias bactérias infecciosas, uma seção especial de seu ácido ribonucleico (ARN) que, quando ativado, permite se proteger da ação dos antibióticos. Essa seção química, chamada de “ribo-interruptor de luz” e localizada nos tipos de bactéria que causam doenças como a meningite, a pneumonia e a artrite, parece controlar a capacidade da bactéria de resistir aos antibióticos da família dos aminoglicósidos, mediante uma proteína que é liberada ao detectá-los.

Embora esta família de antibióticos represente apenas cerca de 20% destes medicamentos, o avanço é importante, dada a rapidez com a qual está evoluindo o problema da resistência das bactérias, cujas conclusões foram alcançadas após três anos de pesquisas. “Isto nos mostra uma nova maneira de enfrentar esta pressão, já que se conseguimos manter esses ‘interruptores de luz’ apagados, os antibióticos seguirão funcionando e não será necessário gastar bilhões de dólares no desenvolvimento de novos antibióticos”, já que poderão usar ainda os de gerações anteriores, muito mais baratos, explica Murchie.

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