NOVA YORK, 9 Out (Reuters) - O cineasta Steven
Spielberg evitou comparar a política norte-americana atual aos fatos
históricos retratados em "Lincoln", seu novo filme, que teve uma sessão
especial na segunda-feira em Nova York, prenunciando muitos prêmios para
o ator Daniel Day-Lewis no papel-título.
Após a exibição no Festival de Cinema de Nova York, Spielberg admitiu
que, para evitar uma clima de "futebol político", pediu que o filme só
fosse lançado no circuito comercial depois da eleição presidencial de 6
de novembro.
O filme, que mostra a luta de Abraham Lincoln contra a escravidão nos
Estados Unidos, chegará a alguns cinemas em 9 de novembro, a tempo de
disputar a próxima edição do Oscar.
Ele observou que seu filme tem um aspecto que pode causar confusão,
ao mostrar como os partidos políticos norte-americanos "trocaram de
lugar político nos últimos 150 anos".
Lincoln, presidente entre 1861 e 1865, pertencia ao Partido
Republicano, que foi fundado por ativistas antiescravidão e que na época
era visto como radical, embora hoje o partido seja o baluarte do
conservadorismo nos Estados Unidos.
Day-Lewis, duas vezes ganhador do Oscar, encarna um Lincoln
carismático, hábil com as palavras e disposto a arriscar sua
popularidade para conseguir os votos necessários para aprovar na Câmara o
fim da escravidão.