Gabriel Fialho _Portal da Copa - As ações de
sustentabilidade do governo federal para a Copa do Mundo de 2014 terão
reforço importante com a contribuição do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA). A ideia é incrementar o uso do Passaporte
Verde e o estímulo às compras e contratações sustentáveis dos setores
público e privado.
O enfoque nas duas ações foi definido na visita realizada pelos
representantes do PNUMA aos ministérios do Meio Ambiente e Esporte,
nesta semana. A missão do programa continua no Brasil com reuniões, no
Rio de Janeiro, com o Comitê Organizador Local da Copa (COL) e com a
FIFA, e encontros com o governo local para discutir ações voltadas para
as Olimpíadas.
O Passaporte Verde existe em vários países, cada um com seu formato e
conteúdo, e serve para informar e orientar os turistas sobre meio
ambiente e sustentabilidade, como, por exemplo, facilidade de
localização de parques ou onde encontrar produtos orgânicos. O objetivo
do Brasil é lançar uma edição especial da publicação para a Copa e, para
isso, contará com a experiência do PNUMA.
"Hoje temos um instrumento mais genérico. A nossa intenção é ter uma
edição especial em 2014, para servir de orientação do turista com o
conjunto da agenda de sustentabilidade do país. Nosso pedido foi para
que o PNUMA nos ajude a encontrar inovações no projeto atual do
Passaporte Verde, principalmente, incorporando tecnologias da
informação", afirmou Cláudio Langone, coordenador da Câmara Temática de
Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa do Mundo.
Ele explica que o objetivo da cooperação é qualificar a iniciativa
com aplicativos e interatividade para os turistas, tanto brasileiros
como estrangeiros, que viajarão pelas cidades-sede do Mundial. Uma ideia
é criar um cadastro de hotéis, bares e restaurantes que aderirem ao
programa Copa Orgânica e Sustentável do governo federal, que possa ser
acessado pela internet.
Em novembro, a missão do PNUMA voltará ao Brasil para discutir a
operacionalidade das iniciativas com os ministérios envolvidos: Esporte,
Meio Ambiente e Turismo. Para Langone, com o envolvimento do programa
nas ações, a repercussão será maior. "O PNUMA começou a trabalhar com
agenda de sustentabilidade em megaeventos em 1994, ou seja, eles já têm
um bom acúmulo sobre o tema e capacidade de arregimentação de
especialistas internacionais que já trabalharam com eles nessa área.
Então, podem aportar boas praticas na área".
No caso das compras e contratações, o objetivo é dinamizar a relação
entre oferta e demanda, para estimular o setor privado a aderir às
práticas sustentáveis. "No setor privado o mecanismo de adesão é
voluntária, então tem que se desenvolver mecanismos de informação que
priorizem a escolha por produtos sustentáveis. O governo já tem um
decreto que estabelece regras, pela lei de licitações, atribuindo
pontuação diferenciada aos produtos sustentáveis. O que temos que fazer é
orientar os demandantes privados e os produtores, que muitas vezes não
têm visibilidade, não estão organizados, para que um chegue ao outro",
disse Langone, que acrescentou que a experiência do PNUMA será
importante nesta área.