Marcos Diego Nogueira
ISTOÉ
O cantor e sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989), que
revolucionou a música brasileira nos anos 1940 ao fazer do baião um dos
ritmos mais populares do País, nunca negou o papel do pai em sua
carreira de êxitos. Em um de seus grandes sucessos, “Respeita Januário”,
ele conta justamente como, ao voltar famoso à cidade natal, curvou-se
ao talento do velho músico, que fazia o diabo com uma sanfona de oito
baixos – a dele, de “fole dourado”, tinha 120. No centenário de seu
nascimento, a ser comemorado em dezembro, o filme “Gonzaga – de Pai pra
Filho” trata basicamente de uma relação paterna – só que, agora, o pai é
Gonzagão e o filho, o também músico Gonzaguinha (1945-1991). “Existem
diversas formas de mostrar a história de Gonzagão. Preferi tratá-la do
ponto de vista do filho que ele havia abandonado”, diz o diretor Breno
Silveira, que com “2 Filhos de Francisco” provou que é craque nesse tipo
de abordagem ao entrelaçar a trajetória de artistas em busca da fama
com o sempre cativante drama familiar.