John Kennedy no Salão Oval da Casa Branca, em 1962
(NBC/Getty Images)
Veja
As autoridades americanas divulgaram 2.700 páginas de documentos
relacionados com a “Crise dos Mísseis”, em Cuba, em 1962, incluindo a
participação do Brasil em um esforço diplomático secreto com o regime
castrista para retirar os projéteis soviéticos da ilha.
Liberados ontem, os documentos foram colocados nesta sexta-feira no
site do centro de pesquisa independente National Security Archive (NSA,
na sigla em inglês). Os textos incluem apontamentos feitos por Robert F.
Kennedy, então procurador-geral e irmão do presidente John F. Kennedy,
durante reuniões sobre segurança nacional.
Robert F. Kennedy exerceu um papel-chave nas negociações para uma
resolução pacífica à crise de 13 dias, que foi uma das mais graves da
Guerra Fria entre Estados Unidos e a União Soviética e esteve a ponto de
provocar uma guerra nuclear.
A crise começou depois que, no dia 14 de outubro de 1962, um avião
espião americano U-2 revelou a presença de mísseis balísticos soviéticos
na ilha.
Participação brasileira – Os textos relatam também a
participação do Brasil no caso. De acordo com os documentos, no dia 25
de outubro de 1962, o Departamento de Estado recomendou o presidente
americano uma “aproximação com Castro”, mediante a intercessão do
Brasil.
A ideia era enviar uma mensagem que dava duas opções aos cubanos: 1 –
“a derrocada de seu regime, se não sua destruição física”; ou 2 –
“garantias, sem importar se temos intenção de cumpri-las, de que não
realizaremos pessoalmente a derrocada do regime”. Caso aceitasse a
segunda opção, Castro deveria afastar os soviéticos e os mísseis da
ilha. O presidente Kennedy aprovou o envio da carta no dia seguinte.
Um emissário brasileiro chegou a Havana em 29 de outubro. Mas já era
tarde: no dia anterior o líder soviético Nikita Kruschev “aceitou
retirar os mísseis, em troca de uma promessa pública do presidente
Kennedy de não invadir Cuba e de uma promessa secreta de retirar, no
futuro, mísseis americanos da Turquia”.
(Com EFE)