Foto:Hesíodo Góes/Arquivo Folha
Juliana Sampaio
Folha-PE
O problema da Usina Catende, na Zona da Mata Sul, chegou ao fim, depois
de três tentativas frustradas de vendas em leilão. Ontem à noite, o
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), onde estava correndo o
processo de falência da usina, que já dura mais de 18 anos, divulgou que
o juiz da massa falida, Sílvio Romero Beltrão, aprovou o pedido de
adjudicação feita pelo advogado Bruno Ribeiro de Paiva, que representou
1,8 mil trabalhadores, no último pregão realizado dia 31 de agosto.
Agora, informou a assessoria de Imprensa do TJPE, os adjudicantes têm um prazo de cinco dias para se organizarem em uma sociedade de credores, indicando a porcentagem de cada participante. “Caso os interessados não se pronunciem durante esse período, o magistrado poderá interpretar o fato como desistência do pedido”, enfatizou no comunicado enviado à Imprensa.
Agora, informou a assessoria de Imprensa do TJPE, os adjudicantes têm um prazo de cinco dias para se organizarem em uma sociedade de credores, indicando a porcentagem de cada participante. “Caso os interessados não se pronunciem durante esse período, o magistrado poderá interpretar o fato como desistência do pedido”, enfatizou no comunicado enviado à Imprensa.
Mas as determinações não se restringem apenas a essa. Os trabalhadores terão que comprovar a formação desta sociedade ao Ministério Público, no prazo máximo de 30 dias. A partir de então, para que a doação dos bens possa ser validada, será publicado um edital, ainda sem data definida, sobre a concordância ou não da alienação do parque industrial de Catende. Além disso, o juiz Silvio Romero Beltrão determinou que fosse verificado, até o final deste mês, se o valor das dívidas dos adjudicantes associados será suficiente para pagar o preço da Usina avaliado em R$ 65 milhões.
Na visão do presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade Lima, a adjudicação é a saída para que a usina não saia do Estado. Ele, porém, faz um alerta.
“Mas não pode seguir o exemplo da Usina Santa Terezinha, no município de Água Preta, que foi adjudicada há cerca de oito anos, mas ainda não voltou a moer”, alertou. O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, acredita que adjudicação seja positiva. “Não devemos comentar decisões da justiça. Porém, entendemos que uma solução que passe pela organização dos trabalhadores credores poderá ativar a moagem que é relevante para a manutenção da produção”, afirmou.