Marcação de Consulta no Topo das Queixas

Antônio Assis
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TALITA BEDINELLI Da Prime Folha

SÃO PAULO - Por dois meses, a auxiliar de enfermagem Maria Helena Dias, 62 anos, tentou marcar um nefrologista para investigar uma dor que sentia. Ligava para o convênio, que demorou a encontrar horário com um especialista. Logo em seguida, precisou de um geriatra e começou a mesma peregrinação. O caso da auxiliar de enfermagem é mais comum do que se imagina. A dificuldade para marcar consulta nos convênios é a principal queixa que chega à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no que se refere a negativas de cobertura. Elas representam cerca de 23% (4.359) das 18.933 reclamações feitas até maio deste ano ao órgão.

O dado é de um levantamento da agência, em resposta a um pedido do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com base na Lei de Acesso à Informação. O estudo foi obtido com exclusividade pela reportagem, que nesta semana mostrou que a superlotação em hospitais privados leva a uma espera de até cinco horas pelos atendimentos. As dificuldades para a marcação de consulta podem ajudar a explicar esse fenômeno: o paciente não consegue agendar com um médico e tenta resolver seu problema no pronto-socorro.
Maria Helena não precisa mais do geriatra. Agora, tenta marcar um gastroenterologista e enfrenta o mesmo problema.

A maior parte das reclamações acontece por dificuldade em marcar consultas de especialidades menos comuns, como a geriatria (mas também de cobertura obrigatória). No entanto, há casos de pessoas que chegam ao consultório e, na hora em que apresentam a carteirinha, o plano de saúde nega. Em alguns casos, essa negativa ocorre por erro da operadora de saúde; em outros, porque o usuário cancelou o plano, mas tentou usar ainda no período de vigência e ele já havia sido bloqueado.

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