Rebeca Buarque
Diário de Pernambuco
O combate à compra e venda de votos tem um novo aliado. O Comitê de Combate à Corrupção Eleitoral, formado pela Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB-PE), a Arquidiocese de Olinda e Recife e a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), lançou a campanha Vote Limpo. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância do voto. O Comitê lançou também uma cartilha, que tem o mesmo título da campanha, que traz orientações para o eleitor.
O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, pontuou os principais objetivos da campanha: estimular os eleitores sobre a consciência do voto limpo e esclarecer o cidadão sobre os crimes eleitorais. “Entendo o desânimo do eleitor em relação ao voto, mas temos que incentivá-lo. Precisamos mostrar que votar bem é não se subjugar aos poderes econômico e político. Vender o voto fere a liberdade e frauda a democracia”, enfatizou o presidente. Outro assunto abordado é como o cidadão pode proceder e denunciar casos de abusos por parte dos candidatos.
A cartilha será amplamente distribuída ao eleitorado pernambucano. O arcebispo Dom Fernando Saburido, por exemplo, pretende levar a cartilha para seus os fiés através das paróquias, pastorais e missas de domingo. A OAB-PE promete distribuir exemplares em todo estado, através das 24 Subseccionais da OAB. O reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, por sua vez, ressalta a importância nas eleições. Segundo ele, a campanha será tema de discussão no Núcleo de Práticas Jurídicas da Unicap.
Durante a apresentação da cartilha, Dom Fernando aproveitou para esclarecer que a Igreja Católica é apartidária e que não se compromete com nenhum candidato. “Mesmo que um padre se torne candidato, ele terá que se afastar da Ordem para praticar campanha eleitoral e, caso assuma um cargo político, permanecer afastado até o fim do mandato”, explicou o arcebispo anulando qualquer possibilidade de aproximação entre a Igreja e a Política. A participação da igreja é voltada para a conscientização dos eleitores.
Sensibilização
A campanha promovida pelo Comitê de Combate à Corrupção Eleitoral está na segunda edição. De acordo com os integrantes do comitê, vem nessas eleições com mais destaque e força de atuação do que na primeira, em 2010. Os motivos são a consolidação da Lei da Ficha Limpa, que é aplicada com mais intensidade neste ano, e o fato de as eleições serem mais próximas à população, com candidatos a prefeito e vereador.