Jumariana Oliveira
Folha-PE
Ganhar uma eleição, de fato, não é fácil. É preciso gastar muita sola de sapato fazendo caminhadas, conhecendo os problemas da cidade e tentando atrair a simpatia do eleitorado. O candidato deve mostrar que tem o melhor projeto e que vai conseguir suprir as principais necessidades da população. Durante o período eleitoral, os postulantes costumam suar a camisa até a eleição, que este ano está marcada para o dia 7 de outubro. No entanto, algumas ferramentas tecnológicas estão sendo utilizadas como mais uma opção para convencer os eleitores. Este ano, o uso das redes sociais será tão explorado, assim como os atos de rua.
O uso das redes sociais em campanhas eleitorais começou a ser explorado após a vitória do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em 2008, e o Twitter foi uma das mídias mais utilizadas. Desde então, os políticos não dispensam a utilização da internet para fazer suas campanhas. O próprio Obama já declarou que se valerá do mesmo recurso na sua tentativa de reeleição.
Porém, o uso das redes da internet requer alguns cuidados. No ditado popular, a web é uma faca de dois gumes. Gerente da agência “Eu conecto redes sociais”, Glycério Malzac avaliou que a participação nas redes, somente durante a campanha, pode ser prejudicial para a imagem do candidato. “Se o político está querendo se inserir só no período eleitoral e aqueles que aparecem no momento e depois somem tendem a ser ignorados”, ressaltou o especialista. Para ele, as redes sociais são o futuro no novo tipo de comunicação. “É lá onde o político vai passar sua base, seu plano de governo”, completou.
Dentre as redes sociais disponíveis, umas das mais relevantes é o Facebook, como opinou o especialista. Essa mídia é uma das que possuem maior aderência do público, além disso, possibilita a divulgação de vários materiais. “No Facebook você pode colocar vídeos, fotos e textos mais extensos, mas o Twitter também tem sua importância”, explicou Glycério Malzac.
Diretora da Íris Comunicação, a jornalista Gabriela Valente ressaltou que uso das redes é uma das muitas nuances que podem ser exploradas pela equipe de comunicação do candidato. “A comunicação tem que ser bem estruturada, mas também é importante destacar que o monitoramento é muito importante”, pontuou.
Para o cientista político Hely Ferreira, a internet é um meio de comunicação que vem crescendo e ganhando notoriedade, porém o meio não tem o mesmo potencial de TV e rádio. Segundo ele, as ideias do candidato precisam ser mostradas assim como nos demais formatos, mas merecem seus cuidados. Temas polêmicos, de acordo com Hely, devem ser filtrados já que na rede, depois da divulgação, é difícil voltar atrás. “Cabe ao candidato filtrar o que ele acha de relevante, porque depois que você entra na chuva é para se molhar”, frisou.
A divulgação de temas polêmicos pode prejudicar o andamento da campanha. Porém, apagar comentários ou excluir pessoas que tenham opiniões diferentes é ainda pior. “A gente só orienta a apagar quando tiverem termos chulos”, disse Gabriela. Fazer marcações e convites para os amigos da internet também não é aconselhado. “A gente prefere ser citado a colocar isso nas páginas das pessoas”, explicou Glycério. No Twitter, o envio de conteúdos de campanha só pode ser enviado para quem seguir o candidato. A regulamentação foi feita pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quem infringir a lei pode pagar multas de até R$ 100 por mensagem enviada.