Blog de Primeira
No duelo entre Náutico e Cruzeiro, nesta noite, nos Aflitos, nenhum dos dois saiu vencedor. Na verdade, o prêmio da noite foi a cautela e precaução dos dois escretes. Com esquemas visivelmente retraídos, Timbu e Raposa não saíram do 0×0 e saíram de campo, cada um, com um ponto apenas.
Tanto o Náutico quanto o Cruzeiro entraram em campo de maneira semelhante. A regra era marcar forte no 4-5-1, com três volantes e apenas um homem no ataque.
Devido à proposta empregada pelas duas equipes, a primeira etapa foi repleta de passes errados. E, curiosamente, foi pelo lado direito, onde os dois times tinham jogadores improvisados que saíram as melhores jogadas.
Souza tinha liberdade em avançar pela direita alvirrubra. Da mesma forma, foi graças aos avanços de Auremir que o Náutico criou suas melhores jogadas na primeira etapa. Mas a noite não parecia ser dos centroavantes, que andavam com os pés descalibrados.
Na etapa complementar, o Náutico voltou a utilizar uma velha arma que andava ‘escondida’ no banco: Souza. O volante entrou e, em uma cobrança de falta, sua especialidade, deixou Araújo na cara do gol, em mais uma (das inúmeras) chances desperdiçada pelo atacante.
E, em um time que não tem padrão de jogo, o destaque fica por conta do especialista em bolas paradas. Em uma cobrança de falta e em outra de escanteio, Souza levou muito perigo, enquanto o Cruzeiro se contentou em jogar atrás e somar um ponto fora de casa. Objetivo conquistado.
Cléverson disputa bola com Tinga, um dos destaques do jogo (Foto: Hesíodo Góes)
A primeira grande oportunidade foi do Cruzeiro. Em uma falha de marcação alvirrubra, Souza escapou pela direita vermelha e branca. Inverteu o jogo para Tinga. O volante chutou e a bola desviou. Na sobra, Wellington Paulista emendou, bonito, de primeira, por cima do gol de Gideão.
O troco dos donos da casa só foi dado graças a uma falha clamorosa do goleiro Fábio. O arqueiro cruzeirense foi sair com a bola nos pés e Cléverson conseguiu desarmar. Nervoso, o armador ficou sem saber o que fazer. Pensou em chutar, mas cruzou errado e perdeu boa chance.
Em seguida, o Náutico iniciou boa jogada com Cléverson, pela direita. O meia passou em profundidade para Auremir. O volante improvisado na lateral cruzou na área e a bola passou por todo mundo. Eis que Lúcio surge de surpresa e bate de primeira, para fora.
Com mais posse de bola, o Cruzeiro conseguiu bom ataque com Wellington Paulista. O centroavante ganhou de Ronaldo Alves na esquerda e cruzou rasteiro. Tentando desviar, Auremir acabou “preparando” a bola para Souza, que bateu forte, para boa defesa de Gideão.
Mudanças foram feitas no segundo tempo, pelos dois lados. Em ambos os casos, a ideia era ganhar em ofensividade. Mas só o Náutico chegou mesmo perto do gol. Lúcio tocou por cima da defesa e Araújo bateu cruzado, para fora.
O mesmo Araújo voltou a ‘dar uma aula’ de como se perde um gol. Em bola alçada na área por Souza, o atacante recebeu de cara para o gol e emendou um chute forte, porém desajeitado, que passou por cima da barra.
E Souza voltou a mostrar que não há motivos para Gallo deixá-lo no banco. Em uma cobrança de falta de média distância, cobrou com a habitual categoria e exigiu grande esforço de Fábio. No escanteio, Souza colocou na cabeça de Derley, que mandou para fora.
Ronaldo Alves disputa bola com Wellington Paulista, que teve atuação discreta(Foto: Hesíodo Góes)
Gideão; Auremir, Marlon, Ronaldo Alves e Lúcio; Derley, Elicarlos, Glaydson (Souza) e Cléverson (Rhayner); Ramón (Rodrigo Tiuí) e Araújo. Técnico: Alexandre Gallo
0 CRUZEIRO
Fábio; Diego Renan, Léo, Victorino e Marcelo Oliveira; Amaral, Charles (William Magrão), Tinga (Wallyson) e Souza (Éverton); Montillo e Wellington Paulista. Técnico: Celso Roth
Local: Estádio dos Aflitos. Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP). Assistentes: Rodrigo Pereira Joia (FIFA-RJ) e Emerson Augusto de Carvalho. Cartões amarelos: Marlon (N), Charles, Diego Renan, Tinga, Souza, Victorino, Wellington Paulista (C). Público: 12.531. Renda: R$ 202.930.
Rhayner (17) entrou, mas nada fez no jogo (Foto: Hesíodo Góes)
MELHORES DO JOGO: Derley e Souza. O primeiro não deu trégua a Montillo e ainda levou perigo na frente. Já o segundo entrou na etapa complementar e criou as melhores chances nas bolas paradas.
PIORES DO JOGO: Araújo e Rhayner. O primeiro chegou com fama de artilheiro e mostrou ser mestre. Na arte de perder gols. Por sua vez, o estreante Rhayner, simplesmente, não apareceu no jogo.
CRUZEIRO: Entrou em campo querendo o empate e jogando todo atrás da linha da bola. A meta era, pelo visto, conquistar apenas um ponto. Êxito obtido.