Foi gratificante para o senador Humberto Costa ter o seu relatório pedindo a abertura de processo disciplinar contra Demóstenes Torres, por quebra do decoro parlamentar, aprovado ontem por unanimidade na Comissão de Ética do Senado. Tecnicamente, a peça do petista está perfeita e por isso não foi contestada por nenhum membro da Comissão. Ela se fundamentou em provas que nem o brilhante (e caro) advogado “Kakay” teve como contestar.
Não que o senador pernambucano esteja feliz por ter recomendado a abertura de processo contra um colega, que resultará, inevitavelmente, na cassação do seu mandato. Longe dele essa satisfação. Ele fez, sim, aquilo que o Brasil esperava dele, dado que o senador goiano tem duas caras. Comportava-se dentro do Congresso como “guardião da ética e da moralidade” e, fora dele, como um despachante de luxo do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Demóstenes agora será cassado por ter mentido ao Brasil e ao Senado dizendo que era amigo de Carlinhos, sim, mas que desconhecia totalmente suas atividades à margem da lei. Para quem, como o senador pernambucano, foi acusado sem provas em 2006, inclusive pelo próprio Demóstenes, de envolvimento com a “Máfia dos Vampiros”, só conseguindo provar sua inocência quatro anos depois, estar numa posição invertida à dele é confortante.
A vice - Guilherme Uchoa (PDT) recusa-se a assumir o governo estadual nas ausências de Eduardo Campos e João Lyra Neto para não tornar a filha, Geovana, inelegível às eleições de 6/10. O seu projeto é candidatá-la a vice, em Igarassu, na chapa do deputado Severino Ninho (PSB).
Inaldo Sampaio