O Globo
DUBAI — O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que não mantém mais boas relações com o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, sofreu novo revés no segundo turno da eleição parlamentar de sexta-feira. Internamente, o resultado é interpretado porém como um aval da população ao programa nuclear de Teerã — um dos poucos temas em que as duas lideranças estão do mesmo lado.
A derrota é uma nova humilhação para o presidente, cujo declínio político começou em 2011, quando perdeu uma disputa com Khamenei sobre a escolha do chefe da inteligência no país. Ahmadinejad também foi o primeiro presidente a ser convocado para prestar explicações no Parlamento desde a revolução que transformou o Irã em uma República Islâmica em 1979.
No primeiro turno, em março, os oposicionistas já haviam conquistado a maioria do Parlamento, que tem 290 membros. Nesta sexta-feira, obtiveram mais 41 das 65 cadeiras disputadas, enquanto o presidente ganhou 13 e os independentes, 11. Os partidos reformistas, que não apoiam nem Ahmadinejad nem os conservadores, em geral não apresentaram candidatos.
As autoridades consideraram o processo um triunfo estrondoso para o Irã num momento em que o país se prepara para negociações com países ocidentais sobre a questão nuclear.