Elio Gaspari, O Globo
Imagine-se um retorno ao dia 22 de setembro de 2010, em plena campanha eleitoral. Dilma Rousseff tinha 51% na pesquisa do Datafolha e o Planalto procurava se desvencilhar das traficâncias da ex-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Um grupo de intelectuais tucanos lançava um manifesto “Em defesa da democracia”, denunciando o aparelhamento do Estado pelo PT.
Imagine-se a publicação da seguinte notícia naquele dia:
“O presidente Lula recebeu hoje o empresário Silvio Santos. Ele foi pedir ajuda para salvar o seu Banco PanAmericano, em cujas contas foi descoberto um rombo de R$ 2,5 bilhões. Em dezembro do ano passado a Caixa Econômica comprou metade da instituição por R$ 739 milhões e Silvio Santos recebeu cerca de R$ 200 milhões por conta dessa operação.
“Para salvar o PanAmericano, será necessária uma injeção do Fundo Garantidor de Créditos, uma instituição privada.
“Lula recebeu Silvio Santos sem que o encontro estivesse previsto na agenda. O apresentador informou que foi ao presidente para pedir uma doação para o Teleton, uma maratona de filantropia popular destinada a ajudar a Associação de Assistência à Criança Deficiente. O Teleton deste ano acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro.”
Publicada, essa notícia, animaria a campanha eleitoral, mas tanto o empresário como o governo encobriram o verdadeiro propósito da visita.
A maratona do Teleton arrecadaria R$ 24 milhões, mas o encontro de Silvio Santos com Lula resultou em outra doação, de R$ 2,5 bilhões, da banca que sustenta o Fundo Garantidor de Crédito com o dinheiro que coleta na sua clientela.
Passados dezoito meses da reunião no Planalto, os repórteres Flávio Ferreira, Julio Wiziack e Toni Sciaretta obtiveram de Luis Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos, o tema da conversa com Lula:
“A conversa de que o Silvio tinha ido até lá para pedir uma participação dele no Teleton foi um discurso para a imprensa. Ele foi lá pedir a ajuda do presidente.”
Leia a íntegra em A doação de Lula ao PanAmericano
Imagine-se um retorno ao dia 22 de setembro de 2010, em plena campanha eleitoral. Dilma Rousseff tinha 51% na pesquisa do Datafolha e o Planalto procurava se desvencilhar das traficâncias da ex-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.
Um grupo de intelectuais tucanos lançava um manifesto “Em defesa da democracia”, denunciando o aparelhamento do Estado pelo PT.
Imagine-se a publicação da seguinte notícia naquele dia:
“O presidente Lula recebeu hoje o empresário Silvio Santos. Ele foi pedir ajuda para salvar o seu Banco PanAmericano, em cujas contas foi descoberto um rombo de R$ 2,5 bilhões. Em dezembro do ano passado a Caixa Econômica comprou metade da instituição por R$ 739 milhões e Silvio Santos recebeu cerca de R$ 200 milhões por conta dessa operação.
“Para salvar o PanAmericano, será necessária uma injeção do Fundo Garantidor de Créditos, uma instituição privada.
“Lula recebeu Silvio Santos sem que o encontro estivesse previsto na agenda. O apresentador informou que foi ao presidente para pedir uma doação para o Teleton, uma maratona de filantropia popular destinada a ajudar a Associação de Assistência à Criança Deficiente. O Teleton deste ano acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro.”
Publicada, essa notícia, animaria a campanha eleitoral, mas tanto o empresário como o governo encobriram o verdadeiro propósito da visita.
A maratona do Teleton arrecadaria R$ 24 milhões, mas o encontro de Silvio Santos com Lula resultou em outra doação, de R$ 2,5 bilhões, da banca que sustenta o Fundo Garantidor de Crédito com o dinheiro que coleta na sua clientela.
Passados dezoito meses da reunião no Planalto, os repórteres Flávio Ferreira, Julio Wiziack e Toni Sciaretta obtiveram de Luis Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos, o tema da conversa com Lula:
“A conversa de que o Silvio tinha ido até lá para pedir uma participação dele no Teleton foi um discurso para a imprensa. Ele foi lá pedir a ajuda do presidente.”
Leia a íntegra em A doação de Lula ao PanAmericano