Recife deve virar uma cidade interativa em 2019

Antônio Assis
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Folha de Pernambuco

Recife será uma cidade interativa a partir do primeiro semestre do ano que vem. A implantação de um projeto-piloto de estímulo à relação entre pessoas e a Cidade por meio da tecnologia foi finalizada em outubro em Curitiba (PR) e a empresa MCities, responsável pelo projeto, anunciou a chegada no Recife em 2019. Por meio de ferramentas como QR codes, aplicativos e bluetooth, o Recife passará a chamar as pessoas a experimentá-lo. Atividades culturais, cardápios secretos de estabelecimentos próximos, informações históricas e rotas temáticas são alguns dos convites que os recifenses - e turistas - receberão em seus smartphones. 

O centro histórico do Bairro do Recife será o primeiro a receber a novidade, de acordo com o presidente da MCities, Paulo Hansted. “Rotas e todas as outras interatividades serão planejadas no início do ano que vem, quando a MCities estiver na Cidade. Mas, nosso interesse primeiro é a região mais histórica”, adiantou. Apesar de ainda não ter decididas as ações, Hansted garante que serão implantadas rapidamente. “A criação do sistema demora porque são várias formas de interação. Foram cinco anos. Mas, replicá-la é muito simples.” 

Paulo exemplifica o projeto com a rua Prudente de Moraes, em Curitiba. “Lá, um beacon (dispositivo bluetooth) envia uma mensagem para quem passa, dizendo que em certa lanchonete tem um sorvete secreto, que não está no menu, por exemplo. E assim com outros cardápios de outros lugares. O fluxo ali aumentou em 20% depois da implementação da tecnologia”, comemorou. 

Ele explica que a ideia da cidade interativa é similar à das cidades inteligentes, que utiliza a tecnologia para facilitar o acesso das pessoas a transportes ou hospitais, por exemplo. “A diferença é que a nossa estimula a relação das pessoas com a cidade em si. Cria um diálogo entre os dois. O intuito é fazê-las sair de casa e ocupar o espaço público.” Paulo sugere que quatro impactos podem ser sentidos com o projeto. 

“As pessoas saem daquele pouco espaço que conhecem e vivem, e isso tem uma implicação social. Saindo, terão que consumir algo, seja uma coxinha ou algo mais caro, e aí vem o impacto econômico e geração de empregos.” Um terceiro benefício da cidade interativa ocupada é o sentimento de pertencimento. “As consequências desse sentimento são interessantes. Em Hannover, na Alemanha, uma das várias cidades que visitei para conceber o projeto, havia um problema de depredação do espaço público. Pessoas urinavam muito nos monumentos. Tentaram repreender e não houve êxito. Só quando estimularam a ocupação da cidade, as pessoas perceberam a importância de cuidar dela e o problema foi resolvido”, relatou. 

Por último, a cidade se torna referência em ser inteligente, interativa, e o turismo é beneficiado. Várias formas de explorar a cidade poderão ser acessadas no webstite da MCities. Será possível saber onde estão programas podem ser realizados com o pet, ou em famílias com crianças pequenas, por exemplo.

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