Por que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA é tão polêmico

Antônio Assis
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Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível, mas palestinos reivindicam parte da cidade como capital de seu futuro Estado

Alessandra CorrêaDe Winston-Salem (EUA) para a BBC Brasil

O pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecendo Jerusalém como capital de Israel tem sido recebido com alarme por líderes de diversos países do Oriente Médio, e também na Europa, que veem na medida potencial para colocar em risco o já frágil processo de paz entre israelenses e palestinos.

"É tempo de reconhecer oficialmente Jerusalém como capital de Israel. Presidentes anteriores haviam feito disso uma promessa de campanha, mas fracassaram em cumpri-la. Hoje, eu estou cumprindo", afirmou o presidente americano em discurso nesta quarta-feira.

Trump afirmou também que a embaixada americana será realocada em Jerusalém - medida alvo de críticas na comunidade internacional pela possibilidade de comprometer a neutralidade dos EUA na mediação do conflito - e que a medida é parte de uma nova abordagem ao processo de paz entre Israel e Palestina.

"É um passo que já deveria ter sido dado no processo de paz e no trabalho para um acordo duradouro. Repetir a mesma fórmula do passado não produzirá resultados diferentes", agregou. "Reconhecer oficialmente Jerusalém como capital de Israel é condição necessária para alcançar a paz. (...) Não é nada além do que o reconhecimento da realidade."

A primeira reação internacional foi do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticando "medidas unilaterais" relacionadas à questão e afirmando que Jerusalém tem de ser reconhecida como "capital de Israel e da Palestina".


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