Os erros da restauração do contorno da BR-101 no Grande Recife

Antônio Assis
0
Restauração dos 30,7 quilômetros do contorno urbano da BR-101 no Recife começou, mas com erros que serão lamentados pela população no futuro. 
Foto: Arnaldo Carvalho/Drone JC

JC Online

A tão esperada restauração do chamado contorno urbano que a BR-101 faz da Região Metropolitana do Recife, ansiosamente aguardada há pelo menos 20 anos, começou com equívocos que o poder público – nesse caso os governos federal e estadual – estão fingindo não ver. O primeiro e mais grave é a escolha do pavimento que irá substituir o que restou das placas de concreto implantadas 42 anos atrás, quando o contorno foi construído.

"O governo simplesmente escolhe o tipo de pavimento pensando em economizar, de se ajustar à falta de recursos. Mas é preciso lembrar que o pavimento flexível tem uma vida útil muito menor do que o pavimento de concreto. O asfalto, com a manutenção correta, não passa de dez anos, enquanto o concreto chega a 20 anos”, - Maurício Pina, professor

Será asfalto de ponta a ponta nos 30,7 quilômetros que compõem o trecho entre Abreu e Lima e Jaboatão dos Guararapes, cortando a Zona Oeste do Recife. O pavimento flexível, tecnicamente chamado de CBUQ foi a opção do governo federal por ser mais barato e, na avaliação de técnicos em transporte, uma escolha que nos custará caro porque não suportará a demanda de veículos e cargas da BR. O segundo erro é estar fazendo uma restauração sem reservar, de imediato, o espaço para um futuro corredor de transporte público.

Principalmente diante da importância que o contorno urbano da BR-101 tem para o sistema de transporte da Região Metropolitana, seja por ônibus ou metrô. O alerta é feito por dois nomes de peso quando o assunto é mobilidade urbana: professor Maurício Pina, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e o consultor em transporte público Germano Travassos.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)