ONGs apresentam projetos
Foto: Henrique Genecy
Folha de Pernambuco
Cinco organizações da sociedade civil apresentaram, nesta segunda-feira (9), projetos de campanhas educativas ligadas à saúde da mulher e ao enfrentamento do zika vírus. Os trabalhos estão dentro de um edital público intitulado “Saúde sexual e reprodutiva no contexto do zika vírus – Pernambuco”, que será financiado pelo Fundo PositHiVo durante os próximos oito meses e que tem valor total de cerca R$ 1 milhão.
Até então, o Fundo só lidava com questões relacionadas ao HIV/Aids. O conselho da instituição resolveu expandir as áreas de atuação, passando a lidar com o zika, considerado também uma doença sexualmente transmissível. O fundador do PositiHiVo, Harley Henriques, comentou que as primeiras campanhas de prevenção e combate ao vírus colocavam a responsabilidade da disseminação da doença apenas nas mulheres.

A instituição ainda promoverá a caravana cultural "Mais Fortes que a Zika" em parceria com os projetos vencedores nas cidades de Recife, Olinda, Goiana, Caruaru e Petrolina, todos em Pernambuco. Atividades como espetáculos de circo, palestras e passeios educativos terão um cronograma a ser definido.
As instituições selecionadas pelo edital foram o Instituto Mara Gabrilli, que trabalhará com mães que tem filhos com síndrome congênita causada pelo zika; a Casa da Mulher do Nordeste, que realizará ações nas comunidades do Passarinho e do Totó. Ainda serão contemplados o Grupo de Trabalho em Prevenção Positivo; o Instituto PAPAI, que fará ações em Caruaru, e o Grupo Curumim, que atualmente já realiza trabalho em Goiana e passará a atender Petrolina, no Sertão do Estado.
Cada projeto receberá cerca de R$ 40 mil. O financiamento é 100% oriundo de inciativa privada, com apoio da farmacêutica alemã Bayer. As organizações serão capacitadas pela ONG pernambucana Gestos, especializada em direitos soropositivos.
A representante do Grupo Curumim, Sueli Valongueiro, espera atingir de forma indireta cerca de 30 mil pessoas com este novo financiamento. “O zika veio evidenciar as violações no campo dos direitos sexuais e reprodutivos. Dentro de nossa atuação, vamos relançar a linha direta de telefone e WhatsApp para dar informação às pessoas sobre saúde nesse aspecto”, contou. Harley Henriques reforçou que, sabendo-se da possibilidade de transmissão por via sexual, é preciso atenção para métodos de prevenção, como o preservativo.
Epidemia
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), até o início de setembro deste ano, Pernambuco registrava 137 casos de síndrome congênita do zika vírus em bebês. Destes, cinco foram confirmados e 93 estão em investigação. Ainda em 2017, a SES notificou 627 pessoas com suspeita de infecção pelo patógeno, sendo que 344 permanecem sob investigação.