Folha de São Paulo
Na conversa gravada entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos e delatores da JBS, citaram ao menos dois ministros do STF: a presidente Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Os diálogos não contêm indícios de crimes cometidos por eles, segundo pessoas ligadas às investigações.

Saud daria a entender que Miller sugeriu que os colaboradores entregassem informações sobre outros três ministros ao procurador-geral.
Segundo antecipou a Folha de S.Paulo, essas informações poderiam ser obtidas se eles pressionassem José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff, de acordo com relatos de quem ouviu a gravação.
Na conversa, os executivos afirmariam que Cardozo teria informações sobre "cinco ministros do Supremo". Os executivos teriam comentado suposta intimidade de Cardozo com Cármen Lúcia, o que lhe facilitaria transitar na corte.
Ele também teria boa relação com Dilma e com a advogada Fernanda Tórtima, que trabalha para a JBS, de acordo com relatos de quem ouviu a gravação. Ao menos três pessoas diferentes que ouviram os áudios destacam que não há nenhuma informação comprometedora em relação aos ministros do Supremo.
Os executivos tratam ainda sobre "Marco Aurélio". Não está claro se é uma referência em relação ao ministro Marco Aurélio Mello, do STF, ou ao advogado petista Marco Aurélio Carvalho, amigo de Cardozo. Tampouco há indícios de crimes neste caso.