Recife, uma cidade com sete fronteiras; conheça todas

Antônio Assis
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Luiz Filipe Freire
Folha de Pernambuco

Uma rua asfaltada pela metade, um canal que deixa de ser limpo porque ninguém assume a responsabilidade ou o transporte que não chega aonde se precisa dele. Quantas vezes você já se de­parou com problemas como esses? Certamente algumas, ou onde mora ou por onde já teve que pas­­sar. Nos limites entre municípios, porém, esse tipo de situação não é algo esporádico, que ocorre quando faltam recursos ou licitações atrasam. Pelo contrário, é quase uma regra, uma marca registrada que chega ao limite do escandaloso. É a falta de integração entre órgãos que foram constituídos para servir à população, mas se acomodam às amarras burocráticas e formais. 
A reportagem da Folha de Pernambuco foi a campo para mostrar esses exemplos. Em sete localidades em que o Recife faz limite com outros municípios da Região Metropolitana, achamos sofrimentos que perduram há décadas e pessoas frustradas por viverem em “terras de ninguém”. 

Deparamo-nos com promessas de dias melhores que ficaram pelo caminho e com grandes obras que até nem são de responsabilidade das prefeituras, mas que interligariam seus termos e dariam nova cara a comunidades do entorno. 

Também achamos o inusitado, como a vida rural e pacata de um Amaro e de um Severino em plena cidade grande. Eles têm ho­­ra marcada para sair de casa, em uma carona que só aparece três vezes ao dia, porque não contam com ônibus onde residem.

Abaixo você vai ver que a cidade é um ente vivo e dinâmico, que a população a encara assim. No entanto, os meios legais para administrá-la devem acompanhar esse entendimento. É uma mudança de lógica não só defendida por especialistas, mas também já prevista em lei no Brasil, por meio do Estatuto da Metrópole. Tornar o que está no papel em um modelo de gestão do futuro, eficiente e que traga melhorias para a vida das pessoas é o desafio que se apresenta, o desafio de pensar a cidade além das fronteiras.

1) Cartão-postal corroído

Recife/Oceano Atlântico

Avanço do mar, questões climáti­­cas, ataques de tubarões. A maior fronteira do Recife é o mar, a Zona Leste que não existe em terra firme e que tem demandas específicas. São cerca de oito quilômetros de or­­­la e apenas três praias. Na década passada, a região foi alvo de uma requa­­lificação. Os postes passaram a ter a fiação embutida, uma das faixas de rolamento da ave­­nida Boa Viagem deu lugar a uma ciclovia e equipamentos de lazer foram refor­­­mados. Em Brasília Teimosa, pa­­­lafitas foram trocadas por uma avenida com espaços para esportes.

Perto dali, contudo, o ponto mais oriental da orla do Recife não recebe a mesma atenção. É o Parque das Esculturas, acessado de barco do Marco Zero, no Bairro do Recife, ou por terra, em Brasília Teimosa. Inau­­gurado em 2000, o es­­­paço com esculturas de Francisco Brennand está abandonado, com várias peças quebradas. 

Desde 2014, a estátua de Damião deixou de fazer par com a de Cosme, os santos católicos. A base da Coluna de Cristal, principal atração do lugar, está deteriorada.

Parque das Esculturas de Francisco Brennand - Crédito: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O piso, de pedras portuguesas, es­­­tá esburacado. Pichados e cheirando a urina, os equipamentos retratam que o lugar tem sido visitado por vândalos à noite, quando a iluminação dos postes não exis­­te. Até durante o dia, pouca gente vai lá. É um dos poucos pontos de contato do Recife com o mar que tem atraído cada vez menos pes­­­soas. E o motivo, guardadas as devidas proporções, não foge dos achados em outras regiões limítro­­fes: o descaso.

A Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer informou que, em 2013, o Governo do Estado recuperou o Parque das Esculturas e sua iluminação, mas várias lâmpadas, fios e materiais diversos foram furtados. Em 2015, o local foi novamente al­­vo de melhorias, desta vez via Prefeitura do Recife, quando todas as peças assinadas por Brennand foram recuperadas. Após o vanda­­lis­­mo recente, a secretaria entrou em contato com o artista plástico Jobson Figueiredo para obter um no­­vo or­­çamento de recuperação. Já a Po­­­lícia Militar disse que mantém diuturnamente uma Patrulha do Bairro fazendo rondas no parque e que intensificará as ações.

2) Abismo de descaso

Recife/Olinda (Dois Unidos/Caixa D’Água)

“Já encontrei peixe, jacaré aqui. Isso era limpo. Agora, está desse jeito”, diz o motorista José Ivo Ramos, 54 anos. O discurso do encanador Adeilton Domingos, 64, é similar. “Era largo, espaçoso. Agora, tem gente que consegue atravessar de um lado para o outro com uma pas­­sada ali dentro da comunidade. Está sem cuidado.” José Ivo e Adeilton moram a uma distância de menos de 30 metros entre si, mas, ca­­­da um, em uma margem do rio Beberibe. O primeiro, no lado de Dois Unidos, Zona Norte do Recife; o outro, em Caixa D’Água, Olinda. Eles convivem com o descaso do poder público e da própria população.

A água é imunda e cercada pelo mato. A terra firme é tomada por metralha oriunda de imóveis deso­­cupados. O lixo está depositado aos montes, trazido, garantem os moradores, por gente dos dois bairros. “Isso aqui já tem até projeto pa­­ra revitalizar, mas não sai nada. Aí, fi­­­ca assim. Tentei contratar uma má­­quina, mas é caro. Eu mesmo entrei na água e tive que limpar. É aquela coisa: de que cidade é esse rio? Acaba que nem uma nem outra prefeitura limpa”, relata José Ivo.


Adeilton: “Nem uma nem outra prefeitura cuida do rio” - Crédito: Arthur de Souza

Obstruído, o rio sobe quando as chuvas se intensificam. Em 2016, Adeilton viu a água entrar na casa dele três vezes. “Morar aqui tem dessas coisas que ninguém entende. Tem duas prefeituras para cuidar. Em outros lugares, a gente não vê a divisa, mas aqui tem o rio dividindo. Ou seja, cada um sabe o que é do Recife e de Olinda, mas ninguém cuida. Não era para estar desse jeito”, diz Adeilton.

Os moradores dos dois lados conseguem se comunicar facilmente porque, entre as ruas Dr. Luiz Ramos Leal (Dois Unidos) e Treze de Julho (Caixa D’Água), há um pontilhão para pedestres. O equipamento, que já foi de madeira, foi trocado há décadas por um de concreto. Os anos passaram e ele foi ficando precário. Hoje, não tem guarda-corpo e o piso está quebrado em alguns pontos. É outra coisa que parece não ter resposta aos pedidos de manutenção que os moradores dizem já ter feito aos órgãos competentes. “Teve gente a pé e de moto que já caiu aí. É perigoso, mas a gente usa porque precisa para passar para o outro lado. É uma coisa só, uma comunidade só. É tudo Pernambuco, é tudo Brasil, não tem porque haver essas burocracias que não resolvem nada”, resume José Ivo.

A Emlurb informou que a rua Dr. Luiz Ramos Leal, em Dois Unidos, possui coleta diária feita regularmente de forma mecanizada e manual e que os serviços de capinação e limpeza da rua estão inseridos na programação do órgão. Já a Prefeitura de Olinda esclareceu que recolherá o lixo na margem pela qual é responsável e que está em busca de recursos para intervir no pontilhão.

3) Esquecidos perto da linha imaginária

Recife/Jaboatão (Boa Viagem/Piedade)

Passar pela avenida Armindo Mou­­ra, na região conhecida como Porta Larga, é uma oportunidade propícia para encontrar problemas típicos do limite entre municípios. A via começa na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Em algum trecho de sua extensão de 1,3 quilômetro, o território passa a ser de Piedade, Jaboatão dos Guararapes. O trânsito é confuso e a pista tem sinalização deficiente. No último dia 28 de julho, quando um acidente grave interditou a Estrada da Batalha, nas proximidades, a Armindo Moura foi usada como desvio de for­­ma emergencial, mas nenhum agente de trânsito das duas prefeituras apareceu para orientar o tráfe­­go. Resultado: o trânsito “deu um nó” e teve motorista que passou três horas com o carro parado.

Apesar de tudo, a mobilidade urba­­na parece ser o menor dos problemas na região. Na rua Coronel Ro­­berto Pessoa Ramos, é um canal que tira o sono dos moradores há 50 anos. Em um trecho, o duto, conhe­­cido como Quatro de Outubro, não tem nem guarda-corpo, embora fique perto de uma calçada. O mato alto, restos de manilhas e a presença de cavalos pioram a sujeira.

Em Porta Larga, um canal tira o sono dos moradores há 50 anos - Crédito: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Uma particularidade, porém, inco­­moda mais: o canal não é contínuo. Ora é ao ar livre, ora passa por baixo de longos trechos da rua até aparecer de novo adiante, como um imenso buraco com água imunda. Em poucos minutos de chuva, tudo fica debaixo de um espelho de água único. “Tem um trecho menor em que colocaram tampas, porque vivia caindo gente. Quando enche tudo, as escolas da região têm que cancelar as aulas”, conta o vendedor Marçal Arruda, 54 anos.

Diferentemente de outros pontos, lá não é o canal que faz a divisão entre Recife e Jaboatão, pelo que sabem os moradores. A linha imaginária gera todo tipo de confusão. Tem gente que recebe cartas com endereço de um e de outro município. “E há até outros casos absur­­dos. Uma vez, um rapaz de uma das

4) Terra de promessas não cumpridas

Recife/São Lourenço da Mata/Camaragibe

Quando a Copa de 2014 foi anun­­cia­­da no Brasil, a ideia era transformar o extremo oeste da Região Metropolitana do Recife em uma área promissora. A Arena Pernambuco receberia os jogos e o entorno seria requalifica­­­do, com uma nova região de moradia planejada. 

A bola rolou, três anos se passaram e, com exceção do estádio, pou­­ca coisa saiu do papel. O Ramal da Copa, que parte da avenida Belmí­­nio Correia, em Camaragibe, passa por um pequeno trecho do Recife e termina ao lado da Arena, em São Lourenço da Mata. Tem cerca de seis quilômetros de extensão, mas só foi duplicado até a metade.


Ramal da Copa só foi duplicado até a metade e canteiros de obras acumulam água parada - Crédito: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Perto do ponto em que passa sobre o rio Capibaribe, a via é a visão do descaso. Um dos dois viadutos erguidos teve as obras abandonadas pela construtora responsável. Está com ferragens expostas há dois anos. Os restos do canteiro de obras acumulam água parada. O mato cresce ao redor. O serviço não é de responsabilidade das prefeituras, mas do Governo de Pernambuco.

No trecho dentro de Camaragibe, a construção do ramal obrigou a desapropriação de imóveis. Famílias ti­­veram que deixar suas casas e não viram nada acontecer nos luga­­res onde outrora habitavam. O comerciante Ednaldo Ferreira, 59, nem a indenização recebeu. Paga dois aluguéis: o da nova moradia e o do ponto em que vende lanches, em frente ao terreno onde fazia tu­­do isso sem ser inquilino. “Minha casa era aí na frente. Só ficou esse ma­­to. Nem duplicaram a estrada nem fizeram nada aí. Teve muita gente que sofreu desgosto aqui.”

Perto dali, em Cosme e Damião, a Copa do Mundo também trouxe mudanças à rotina dos moradores, parte deles do território do Recife, e outra, de Camaragibe. Foram construídos uma estação de metrô e um terminal integrado (TI) de ônibus. A parada para os trens foi bem-vinda, já que proporcionou tarifa a R$ 1,60 e deslocamentos múltiplos. Já o TI deixa a desejar. “Antes, a gente tinha uma linha de ônibus direto para a Cidade [Centro do Recife]. Tiraram essa linha e co­­locaram no terminal, mas ela só vai até a Caxangá. Não vale a pena. Aí o terminal fica assim, sempre vazio. Gastaram rios de dinheiro para pouca coisa”, conta o aposentado José Barbosa, 65.

O TI Cosme e Damião havia sido projetado para atender a realidade de desenvolvimento que se projetava para a região. Custou caro, R$ 17 milhões, e beneficia só sete mil pessoas por dia por meio de apenas duas linhas de ônibus. Para se ter

5) Uma vida rural

Recife/Paulista

Num entroncamento com a BR-101, entre Recife e Paulista, come­­ça a Estra­­da do Barro Branco, ou do Sítio do Picapau Ama­­­relo, como é conhe­­­cida. Só se vê granjas e clubes nos seis quilôme­­tros em que é possível fazer o trajeto de carro. Riachos serpenteiam a mata fechada. Nem se ouve o barulho da ci­­dade, uma sensação de afastamento digna de raros lugares da metrópole.

Achar alguém nas margens é tarefa para o início da manhã, o meio-dia ou o fim da tarde. É quando caseiros abrem as porteiras das proprie­­­­dades para esperar o ônibus es­­­­­­colar que atende a região. O veículo leva estudantes para Jardim Pau­­lista, bairro urbano mais próximo dali. Mas os adultos também pegam carona. “Para quem não tem car­­ro, moto ou bicicleta, é a opção. Aqui não tem ônibus de linha”, diz o caseiro Amaro Alves, 54 anos. “Quando as crianças estão de férias, fica ruim. O ônibus nem passa.”


Entre o Recife e Paulista, a principal dificuldade é o transporte - Crédito: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Nos táxis, segundo os moradores, é comum o uso da bandeira 2, mais cara, por conta do deslocamento no limite entre municípios. Não sai por menos de R$ 30. “Na chuva, so­­­be para R$ 60. Não tem condição. Tinha uma mo­­­to, de um vizinho, mas rouba­­­ram. E nem todo mundo que dá carona de carro”, lamenta o também caseiro Severino Lima, 60.

Ele nasceu em Bezerros, Agreste, e, há 30 anos, mudou-se pa­­­ra o limi­­te entre Recife e Paulista. Vive quatro quilômetros estrada adentro, em uma casa sem banheiro, na companhia da es­­­posa e do filho. A família se reveza nos cuidados com a plantação. 

Apesar das dificuldades, ele diz gostar da rotina. “Ganho R$ 430 por quinzena, não dá para muita coisa. Já pensei em morar lá para o lado de Jardim Paulista, porque tem de tudo perto. Mas, se me­­­lhorassem aqui, eu preferia ficar. Não sei se eu consigo me acostumar àquilo lá. Eu sempre fui da terra.”

O novo TI Joana Bezerra, que fica na área central do Recife, atende cerca de 48 mil passageiros por dia e custou R$ 6 milhões a menos que Cosme e Damião.
Sobre o viaduto inacabado, a Secretaria Estadual das Cidades informou que o processo licitatório para a retomada das obras já foi encerrado e que a ordem de serviço deve ser assinada até o fim deste mês. Já o valor referente às indenizações dos afetados pelas desapropriações foi depositado pelo Governo do Estado, mas, segundo a pasta, é necessário que os expropriados que ainda não tiveram acesso às quantias habilitem-se legalmente, comprovando a posse do imóvel. 

6) Na Capital, mas pouco conhecido

Recife-Camaragibe (Pau-Ferro/Aldeia)

Areias, Ibura, Derby são bairros que ninguém tem dúvida de que ficam no Recife. Mas e Pau-Ferro? Há quem nunca ouviu falar. Es­­­se tam­­­bém é um dos 94 bair­­ros da Ca­­pital. Fica na Zona Nor­­­te, na divi­­sa com Aldeia, em Camaragibe. O acesso mais fácil é pe­­­­la PE-27. O mais difícil, por uma estra­­­da de ter­­­ra iniciada na altura da Guabiraba. A jor­­nada tem buracos, lama e nenhum pedes­­­tre por perto. O alento só surge por trás de uma das curvas da via: as primeiras mansões des­­­­se reduto bucólico recifense.

O lugar tem muitos frequentado­­res de fim de semana, mas também existe quem vive lá há mais de 30 anos, em casas mais humildes, co­­mo a comerciante Lindalva Pessoa, 60. Nesse período, o bairro cres­­ceu. Diferentemente das locali­­­dades mais populosas da cidade grande, Pau-Ferro é silencioso e se­­­guro, garante a moradora. “É um interiorzinho dentro do Recife.”

A localidade fica tão perto do limi­­te com Camaragibe que a vida das pessoas gira em torno daquela cidade, e não da Capital. Micro-ônibus da região de Aldeia é que atendem às principais ruas de Pau-Ferro. “Tudo que a gente tem que re­­solver é em Bairro Novo [centro de Camaragibe]. Aqui não tem farmácia nem padaria”, diz a comerciante Maria Alcilene da Paz, 41.


Lindalva, Alcilene e Ana Carolina vivem em Pau-Ferro, no Recife, mas se identificam mais com Camaragibe. “Resolvemos tudo lá. Aqui é como um interiorzinho” - Crédito: Arthur de Souza

Os problemas por lá, além da dis­­tância, são a falta d’água e a demo­­ra para a realização de serviços como pavimentação. “O asfalto que tem foram os granjeiros daqui que mandaram colocar. Nenhuma prefeitura fez”, afirma a estudante Ana Carolina Silva, 15. Apesar disso, o lugar não lembra a desordem urbana normalmente achada em outras regiões limítrofes. “Não tem violência, não tem droga e o sossego compensa”, avalia Alcilene.

7) Inalcançável na frente de casa

Recife/Jaboatão (Jordão/Jardim Jordão)

Imagine o que é estar em um deserto e enxergar água potável, mas, depois, frustrar-se ao perceber que era uma miragem. Quem vive no entorno da avenida Maria Irene, no Jordão, bairro da Zona Sul do Recife, entende o que essa linguagem simbólica quer dizer. Do outro lado do Canal do Jordão, há um posto de saúde do qual eles não podem usufruir, mesmo morando quase em frente. O motivo: a unidade fica em Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes, e não pode receber pacientes de outros municípios.

É o tipo de demanda administrativa comum, praticada em qualquer lugar do Brasil, mas que merece reflexão à luz do que se espera do Estatuto da Metrópole e de um poder público eficiente. Enquanto isso não acontece, moradores do Jordão, como o operador de máquinas Josias Chaves da Silva, 58 anos, têm que recorrer a uma unidade de saúde no Ibura, bairro vizinho. “Moro aqui há mais de 40 anos e sempre foi assim. Tem criança, idoso, grávida que vai ali procurar atendimento e não consegue. Pedem comprovante de residência. Já levei minha mãe lá e nunca consegui nada”, diz.

Moradores do Jordão, no Recife, não podem usufruir do posto de saúde que fica do outro lado da rua - mas pertence a Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes - Crédito: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O lugar cresceu com o tempo e, hoje, é bem abastecido por ônibus, comércio e outros serviços. As margens do canal foram, inclusive, requalificadas, dando mais dignidade a quem vive na região. Falta resolver os problemas pontuais de responsabilidade das prefeituras. “Tem essa questão do posto de saúde, mas também tem a pavimentação. Do lado de cá (Jordão), tem os morros, as escadarias. Do lado de lá (Jardim Jordão), tem rua sem asfalto. A gente nota o que é diferente, o que tem para se resolver em cada lado”, comenta Josias.

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