Estaleiro Atlântico Sul perdeu encomendas e demitiu funcionários
Guga Matos/JC Imagem
Renata Monteiro
JC Online
Para além dos prejuízos econômicos, as maiores sequelas da ruptura nos projetos podem ser vistas na vida daqueles que, enxergando uma oportunidade, apostaram em empregos que esvaíram após o apogeu dos empreendimentos. Desempregado desde que foi dispensado do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em novembro de 2016, o encanador Herculano da Silva, de 34 anos, diz que já procurou colocação em diversas áreas. Não conseguiu nada além de bicos.
O sustento da casa é garantido pela esposa, que é corretora. “Quando estava no estaleiro, a minha renda familiar girava em torno dos R$ 3,5 mil. Hoje, nos mantemos com os R$ 1,5 mil do salário da minha mulher, que está grávida de seis meses. Não sei o que faria se ela também estivesse desempregada”, comentou.

ALUSA
Como se o desemprego já não fosse problema suficiente, há trabalhadores que, dispensados há cerca de dois anos, ainda não receberam tudo o que deveriam das empresas para as quais trabalhavam. Contratado pela Alusa Engenharia, o caldeireiro Rogério Miranda, 38, por exemplo, atuou na Refinaria Abreu e Lima entre 2013 e 2015. Até hoje, ele afirma que tem valores a receber da companhia, que teve pedido de recuperação judicial deferido pela Justiça. “Recebi R$ 7 mil. Depois de algum tempo, mais R$ 2 mil. E venho recebendo parcelas de pouco mais de R$ 300 desde então. Não consegui encontrar mais nenhum emprego fixo de lá para cá”, lamentou.