Marcha das Vadias 2017 no Recife
Foto: Ed Machado
Duda Spencer
Folha-PE
O Recife recebe, neste sábado (27), a sétima edição da Marca das Vadias. Com o tema "Feminismo é Revolução", as manifestantes se concentraram na Praça do Derby, área central da Capital, onde leram um manifesto e pintaram os corpos e cartazes com palavras de ordem. As mulheres saíram em caminhada pelas ruas do Centro. As reforma trabalhista, propostas pelo Governo Temer, também não ficaram das críticas do grupo.

Ela explica ainda que o assassinato de mulheres, que é chamado de crime passional, não é um ato de paixão. "É um crime onde se persegue mulheres por serem mulheres. Elas estão morrendo por serem mulheres. É feminicídio", afirma.
A marcha, no Recife, também segue outras manifestações relacionadas à causa das mulheres independentes e defende outras bandeiras, como a saída de Michel Temer do Governo Federal e do Congresso ultraconservador. "São bancadas que têm defendido o Governo e aprovado todos os projetos que o governo coloca, como a reforma da previdência, que com certeza vai incidir pesadamente sobre as trabalhadoras. Se a classe trabalhadora vai ficar precarizada, as mulheres vão sofrer muito mais com essa perda de direitos trabalhistas", explica.
Uma das organizadoras da Marcha, Ju Dolores afirmou que o movimento tem um trabalho de unir as mulheres e entender as suas especificidades. “A gente está aberta a discutir a causa das mulheres, sabe que os feminismos são plurais, que a gente tem um trabalho muito grande de unir as mulheres e entender que a gente tem as nossas especificidades, mas que todas nós estamos juntas. E como bem disse uma amiga minha, nós somos todas irmãs de sangue nos olhos. Porque a gente está aqui porque a violência contra a mulher é diária e não choca as pessoas como deveria chocar”, declarou.
Também organizadora da Marcha, Amanda Timóteo ressaltou a diversidade de mulheres que compõem a manifestação. “Ela já foi e ela é ainda questionada da questão racial, e hoje a gente pode ver, estou muito feliz, inclusive, que tem uma quantidade de mulheres negras muito maior e isso aconteceu de dois, três anos para cá”, disse.
Ainda na Praça do Derby, Perla Rannielly fez uma performance intitulada ‘Carne negra’ que, segundo ela, é baseada em sua vivência. Mulher trans, falou da resistência. “A gente aqui é guerreira, forte para c... A gente está aqui porque sabe dos nossos direitos e a gente quer levar isso para outras mulheres que não têm essa informação de algum modo. Mesmo que achem que ficar com o peito de fora é ridículo ou assédio para eles. A gente está aqui para botar na cara deles e mostrar que a gente tem força”, declarou.