Até aliados cobram Paulo Câmara (PSB) por melhoria na segurança, policiamento e promessas de campanha como construção de Compaz
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
JC Online
A cada dois dias, o governador Paulo Câmara (PSB) recebe três pedidos formais de deputados aliados pedindo melhora na segurança pública. Somam 154 os apelos enviados ao governo do Estado por parlamentares da base para reforçar o policiamento ou abrir delegacias desde o início de 2017. Outros 30 pedidos vieram da oposição. A pressão acontece através de indicações parlamentares, instrumento pelo qual os deputados podem sugerir ações da alçada do Executivo.

A julgar pelos deputados, a principal demanda na área de segurança é o reforço no policiamento, que gerou 122 indicações. A lista dos autores incluem, inclusive, os dois vice-líderes do governo: Ricardo Costa (PMDB) e Rodrigo Novaes (PSD). A instalação de Delegacias da Mulher (17 pedidos) e ações de prevenção à violência contra a mulher (15 pedidos) vêm em seguida. Dos documentos, 11 pediam a construção de unidades de Compaz; uma das promessas de campanha de Paulo que não saíram do papel.
DEMANDAS DA BASE
“Quando faço uma solicitação não é questão de pressão ao governo. Faço para ajudar”, explica Pedro Serafim Neto (PDT), autor de 22 indicações. Para o pedetista, o governador tem feito sua parte, apesar das dificuldades financeiras que o Estado tem enfrentado. Segundo Cleiton Collins (PP), que soma 21 pedidos, na área de segurança, as demandas são recebidas e encaminhadas pela equipe do gabinete. “Se você olhar todas as minhas demandas, isso não é o principal. Não vou me colocar como se estivesse fazendo um cabo de guerra”, desconversa o pepista.
Líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB) minimiza eventual pressão política das indicações. Segundo o socialista, é comum, inclusive, que os parlamentares tenham acesso a informações privilegiadas de ações do Estado e façam os requerimentos para ficar com o crédito político. “Tem gente que tem mais cuidado na reivindicação, mais foco. E outros que, se você pegar os requerimentos, pedem delegacia da mulher para todos os lugares. Da nossa parte, não tem orientação para não fazer. As pessoas são livres para atuar. E é uma maneira também de contemplar quem lhe apoia em cada região.”