No site do governo, não havia informação de que Paulo Câmara participaria da abertura do ano letivo no Estado; oposição diz que governo esconde agendas públicas para evitar protestos e capitalizar apenas boas notícias
Roberto Pereira/SEI
“O governador Paulo Câmara (PSB) não terá agenda pública nesta quinta, 2 de fevereiro”. Informações como essa se repetiram no início de 2017, apenas variando a data. No entanto, nesse último dia 2, apesar do que foi repassado por sua assessoria, o socialista teve um compromisso público: abertura do ano letivo no Estado. A ida de Paulo a uma escola estadual no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, não foi informada à imprensa ou publicada no site do governo deliberadamente.

Em junho de 2016, ao ir ao aeroporto para uma outra ação do Ganhe o Mundo, Paulo foi alvo de um protesto no terminal de passageiros. A leitura entre oposicionistas, agora, é que ao não divulgar duas agendas na área de Educação, uma das mais promissoras da gestão, Paulo tem evitado passar por situações parecidas, sobretudo no momento em que a relação do governo com a PM passa por problemas.
Para o deputado estadual e líder da oposição ao governo Paulo Câmara, Silvio Costa Filho (PRB), o governo precisa ser mais transparente com os eleitores. “O governador percebeu que a cada momento a rejeição à administração tem aumentado. As agendas não são divulgadas à população para evitar os protestos e as manifestações”, declara.
RESPOSTA DO GOVERNO
O governo estadual recebeu um questionamento do JC sobre a razão de algumas agendas públicas não terem sido informadas - a exemplo da presença dele na abertura do ano letivo.
A assessoria de Paulo Câmara informou que “a falta de agenda pública não implica que ele terá agenda apenas dentro do Palácio das Princesas. O governador vai semanalmente para a reunião do Pacto Pela Vida, na Seplag, e não entra na agenda pública. O mesmo se aplica a algumas agendas administrativas”.