Em nota, o senador mineiro repudiou o relato de Benedicto
Foto: André Lucas Almeida/Estadão Conteúdo
JC Online
Durante a primeira delação premiada à Lava Jato, o ex-presidente de Odebrecht, Benedicto Júnior afirmou que se reuniu com Aécio Neves (PSDB-MG) para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa que favorecia grandes construtoras. De acordo com delator, a reunião ocorreu durante o governo do tucano em Minas Gerais, entre os anos de 2003 a 2010.

Esclarecimento de Aécio Neves
Em nota, o senador mineiro repudiou o relato de Benedicto e defendeu o fim do sigilo sobre as delações "para que todo conteúdo seja de conhecimento público".
Já Oswaldinho é um colaborador das campanhas de Aécio. Segundo a Folha, o ex-executivo da Odebrecht afirmou que o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra.
Sobre a obra
A Cidade Administrativa foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e custou R$ 2,1 bilhões. A obra mais cara de Aécio durante o governo de Minas, foi inaugurada em 2010, no último ano do governo do tucano.
Oswaldinho foi presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), e quem negociou como seriam feitos os pagamentos, segundo o delator.
As informações fornecidas por BJ em sua delação premiada foram confirmadas e complementadas pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves.
Neves aparece nas investigações como responsável por operacionalizar os repasses a Oswaldinho. Ele é quem detalha os pagamentos a Aécio na delação.
A odebrecht era líder do consórcio, que contou com Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão, e era responsável por 60% da obra que construiu um dos três prédios que integram a Cidade Administrativa, o Edifício Gerais.
BJ e Sérgio neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas na última segunda-feira (30) pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo.