Ministro da Casa Civil, Eliseu PadilhaFoto: Valter Campanato/Agência Brasil
Folhapress
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e mais seis sócios são alvos de duas ações de bloqueio de R$ 108 milhões em bens, determinadas pela Justiça de Mato Grosso por degradação ambiental. Cabe recurso.
O maior bloqueio é referente à fazenda Paredão, em Vila Bela da Santíssima Trindade, no interior do Estado, devido a uma área de 82 hectares (equivalente a 114 campos de futebol) desmatada ilegalmente. A Justiça determinou bloqueio de R$ 69,8 milhões em bens.
Quatro dos sócios também são proprietários da fazenda Cachoeira, na mesma cidade. Nela, de acordo com a decisão do juiz Leonardo de Araujo Costa Tumiati, houve desmatamento ilegal de uma área de 735 hectares (equivalente a 1.029 campos de futebol). Essa ação pede o bloqueio de R$ 38,2 milhões em bens.

As duas decisões são do último dia 30 de novembro e são resultantes de ações propostas pelo Ministério Público Estadual.
Em suas decisões, Tumiati informou que o volume financeiro bloqueado tem como objetivo ser usado para recuperar as áreas alvos de desmatamentos.
No caso da fazenda Cachoeira, Padilha e seus sócios ainda foram obrigados a interromper atividades prejudiciais ao ambiente, sob pena de uma multa diária estipulada em R$ 100 mil, além de retirarem, num prazo de dois meses, o gado existente na fazenda.
Ainda de acordo com a Justiça, os donos da propriedade rural terão, também num prazo de dois meses, de apresentar um plano para a recuperação da área que foi degradada e, posteriormente, comprovar que o plano foi executado.
Surpresa
Por meio de sua assessoria de imprensa, Padilha disse ter sido surpreendido com a existência das duas ações civis públicas e com a busca de "bloqueio de mais de R$ 100 milhões em contas correntes minha e de outras pessoas".
Em nota, o ministro da Casa Civil disse que o juiz deferiu as liminares sem que ele fosse ouvido e que tudo o que ele tem de bens está disponível ao conhecimento de qualquer cidadão.
"Não foi bloqueada dita importância [R$ 108 milhões] em minha conta corrente bancária, até porque o saldo dela era de R$ 2.067,12, que foi bloqueado. O senhor juiz deferiu uma medida extrema, no primeiro ato processual sem ouvir as partes. Tal despacho não é uma sentença, é uma liminar no início do processo, no qual creio que no final a decisão será pela improcedência de ambas as ações", disse o ministro.
Padilha afirmou ainda que vai contestar as ações e crê que elas serão julgadas improcedentes. "Não cometi nenhum crime ambiental. Não extrai uma só árvore na propriedade em questão. Isto tudo restará provado quando da decisão final."