Renata Coutinho
Folha de Pernambuco
Em cinco anos, a taxa de mortalidade infantil em municípios pernambucanos atendidos pelo programa estadual Mãe Coruja caiu 21,13%. Essa foi uma das conclusões de pesquisa de mestrado desenvolvida na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O estudo, feito pela enfermeira Alessandra Cabral e orientado pelo professor doutor Breno Sampaio, no Programa de Pós-Graduação em Gestão e Economia da Saúde, verificou ainda que houve um aumento de 90,2% na proporção de consultas de pré-natal. A pesquisa verificou o desempenho de 102 cidades inseridas no programa entre os anos de 2007 e 2012.

A dona de casa Silvania Sampaio, 29 anos, moradora da cidade de Araçoiaba, no Grande Recife, começou a ser acompanhada pelo Mãe Coruja ao cinco meses de gestação. Hoje comemora a atenção que teve com a gravidez de Samuel, agora com oito meses de vida. “Essa minha gravidez foi muito mais tranquila que a primeira, quando não exista o Mãe Coruja aqui. Tudo foi mais fácil, melhor desde a marcação de exames, consultas”, disse. Ela permanece no programa inserida em aulas de capacitação escolar no Círculo de Educação e Cultura.
A gerente de monitoramento do Programa Mãe Coruja Pernambucana, Virgínia Holanda, destacou que a fórmula de sucesso do Mãe Coruja é integrar várias estratégias contra a mortalidade infantil. “O programa trabalha com 11 indicadores, que passam pelos eixos de saúde, educação e desenvolvimento social. E cada indicador a gente tem meta a alcançar no município e, consequentemente, ajudando a meta do estado”, observou. Ela fez questão de exemplificar que em 2006, um ano antes da entrada do programa, Pernambuco tinha mortalidade infantil de 22,1 por mil nascidos vivos e, em 2014, essa taxa caiu para 14,9 por mil nascidos vivos. A gestora explicou que existe uma proposta de universalização do Mãe Coruja, mas no momento, pelos cenários econômicos estadual e nacional, a ampliação para outras cidades está congelada.