Leonel Rocha
Congresso em Foco
A reeleição já foi o sonho de muito gestor público. Hoje virou um problema. Quase um pesadelo. A queda na arrecadação própria, com a redução no volume de pagamento de tributos e taxas locais, como o IPTU e o Imposto Sobre Serviços (ISS), tem deixado as cidades cada vez mais dependentes de transferências obrigatórias dos Estados e da União para setores como saúde e educação. Ou de empréstimos de bancos federais para obras de infraestrutura.

Segundo dados da CNM, em 2008 76,9% dos prefeitos concorreram à reeleição. Depois disso o desinteresse e as dificuldades com a gestão pública após a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal derrubaram este percentual para 73,23% em 2012, e alcançou um patamar ainda menor este ano. Para o pleito de outubro, os prefeitos gaúchos são os que mais resistem à reeleição. Entre os habilitados a disputar novamente, 39,22% já avisaram que desistiram.
Outro levantamento da CNM revela que, em julho, 14% das cidades nada receberam do Fundo de PPM. O dinheiro foi retido para quitar dívidas das prefeituras com a Previdência Social. Outro grupo com mais de 1.500 cidades tiveram a retenção de 70% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) também por causa do débito com o INSS.