Morte na fila de espera por uma vaga de UTI em Pernambuco

Antônio Assis
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Bruna perdeu o filho de 4 meses após o bebê passar dias internado à espera de UTI
Guga Matos/JC Imagem

Ciara Carvalho
JC Online

Domingo à noite, dia 19 de junho de 2016. 

O médico entrega um papel nas mãos de Viviane. Era para ser levado com urgência ao Ministério Público. No documento, o laudo atesta o desespero: Iuri, 2 meses, filho de Viviane, precisava de uma UTI para tentar escapar da morte. Estava esperando a vaga há intermináveis nove dias. Amanheceu a segunda-feira, a família correu para conseguir a liminar na Justiça. A decisão, obrigando o Estado a garantir um leito, veio no dia seguinte. Era tarde demais. Gabriel havia morrido, às 23h, na enfermaria do Hospital das Clínicas. Quando ligaram para avisar da ordem judicial, o menino estava prestes a ser enterrado. Completaria naquela terça-feira três meses de vida.

Final de tarde de quarta-feira, 13 de abril de 2016

Bruna implora aos médicos do Hospital Helena Moura que transfiram seu filho, Gabriel, 4 meses, para um local que tenha uma UTI. Tem seis dias que o menino está internado e o quadro de saúde só piora. Finalmente colocam o nome do garoto na lista de espera por uma vaga de unidade intensiva. Bruna chora o tempo todo. Era tarde da noite da quarta-feira quando Gabriel foi transferido para o Hospital Barão de Lucena. A mãe aliviou o coração: ‘vão botar meu filho numa UTI’. Mas não havia vaga de UTI no hospital. Ele teve que ficar na emergência pediátrica. Na manhã seguinte, às 9h30, menos de 24 horas após dar entrada no Barão de Lucena, Gabriel veio a óbito.

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