Detalhes da operação foram divulgados em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira
Foto: Guilherme Bertouline
JC Online
A Polícia Federal em Pernambuco (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (4), operação que desarticulou esquema criminoso que, durante praticamente um ano, se valeu das redes sociais e outros meios eletrônicos para ameaçar duas juízas federais. A operação Égide de Athena chegou ao nome do detento do Presídio Aníbal Bruno, Izak Francisco dos Santos, 35 anos, que, no ano passado, foi condenado por uma das juízas ameaçadas após ter sua participação comprovada em esquema que desviou milhões em recursos federais.

Para a PF, Isak buscava vingança contra às juízas. No ano passado, uma das magistradas o condenou a 25 anos de prisão, após ele ter seu nome envolvido na Operação Fake Work, também da Polícia Federal. A Operação Fake Work deflagrou um esquema fraudulento que, entre 2012 e 2013, desviou cerca de R$ 7 milhões de reais em recursos federais para pagamentos falsos de seguro-desemprego e do Bolsa Família. A outra magistrada estaria sendo ameaçada por não deliberar, a favor de Isak, recursos atenuantes de sua pena.
A suspeita é de que as mensagens tenham partido de celulares de dentro do Presídio Anibal Bruno, mas só será possível confirmar a tese após serem feitas todas as perícias e análises nos seis celulares apreendidos na cela do preso. De acordo com as investigações, o detento também fez contato, via e-mail, com sites de venda de armas e solicitou informações sobre preços e entrega em Recife.
O delegado responsável pela operação, Antônio de Pádua Cavalcanti, acredita que mais pessoas estejam envolvidas no esquema. “Esse tipo de crime dificilmente se pratica sozinho, geralmente conta com o auxílio de terceiros para compra de chips, celulares e criação de perfis falsos em redes sociais”, explica. Na operação, foram expedidos 8 mandados de condução coercitiva que envolvem parentes do preso, donos de provedores de internet e um advogado.
Isak deverá responder pelos crimes de ameaça, crimes contra honra e coação no curso do processo. Os delitos pode resultar em penas que, juntas, chegam a mais de 4 anos de reclusão. Um mandado de prisão preventiva contra o preso, a Justiça também autorizou o recambiamento de Isak para um Presídio Federal de Segurança Máxima, ainda a ser definido.