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A explosão dos casos da gripe H1N1 em alguns Estados do Brasil este ano e a volta do registro de pacientes que adoeceram por causa desse subtipo de vírus da influenza em Pernambuco, que passou dois anos sem notificações do vírus, fizeram a população relembrar a aflição trazida pela pandemia da doença em 2009, batizada inicialmente de gripe suína. Naquele ano, o mundo assistiu à disseminação rápida de um vírus desconhecido que chegou a matar mundialmente 18,5 mil pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A entidade havia feito alerta no fim de 2015 sobre uma reemergência do H1N1, com a mesma cepa de 2009. Naquele ano, a pandemia chegou no Brasil em abril. No mês seguinte, o País já anunciava o primeiro caso de contágio interno de H1N1 e, em junho, Pernambuco tinha o caso de número um do vírus. Este ano, o Estado já tem 32 casos de gripe por H1N1, em suas formas leves e graves.
“Claro que, em termos de vigilância, ficamos preocupados porque se trata de um vírus que tem uma característica de desenvolver formas graves da doença em pessoas com fatores de risco. No momento, contudo, a situação de Pernambuco não merece uma preocupação maior. Como temos identificado mais casos, estamos mais alerta e preparando a rede de vigilância”, diz a sanitarista Ana Antunes, gerente de Vigilância Epidemiológica das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Desde a pandemia de 2009, responsável por pelo menos 200 casos graves de H1N1 em Pernambuco, a população não escutava falar com tanta ênfase do H1N1 como agora. Este ano (até 26 de março) já são oito casos graves de H1N1 – um a menos do que o volume registrado em todo o ano de 2013, a última vez em que o Estado registrou circulação do vírus antes de passar por dois anos em silêncio (2014 e 2015 sem casos confirmados pela vigilância). “No ano passado, não houve registro, mas a gente acredita que o H1N1 circulava”, supõe Ana Antunes.