Em 30 dias, Raquel virou tucana, Adalberto mudou três vezes de legenda e Silvio Costa Filho mudou de partido para aumentar base de oposição
Foto: Alepe
Cerradas as “janelas da infidelidade” – emenda aprovada ano passado que permite aos políticos mudarem de partido sem sofrer sanções – o troca-troca partidário atingiu todas as esferas legislativas, da Câmara dos Deputados à dos Vereadores. Na Assembleia Legislativa (Alepe) houve recorde na quantidade de mudanças. Dez parlamentares deixaram as siglas de origem. O caso do deputado federal Adalberto Cavalcanti foi o mais curioso. Ele mudou três vezes de legenda e acabou voltando para a de origem, o PTB.

Na Câmara do Recife, a dança das cadeiras começou desde o início da janela. Um dos nomes mais cogitados para a mudança, a vereadora Marília Arraes, confirmou as suspeitas e deixou o PSB pelo PT. O vereador Erivaldo da Silva, mais conhecido como Eri, era do PTC e rumou para o PTdoB, que faz oposição à gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). No entanto, um dia após a mudança, foi para o PSD, voltando para a base do socialista. O vereador, questionado, afirmou que houve um mal-entendido. “Quando Silvio Costa assumiu o partido, fiquei em dúvida se valeria a pena continuar ali. E então fiz minha decisão”, conta.
Já o vereador Luiz Eustáquio, eleito pelo PT, saiu da Rede e, no apagar das luzes, migrou para o PSB. A saída é atribuída àrepercussão negativa de um projeto de sua autoria sobre a retirada de livros didáticos das escolas do Recife que tratam de identidade de gênero. Com a chegada de Eustáquio, o PSB passa a ter o maior número de vereadores na Casa.