Caos: 172 pacientes à espera de UTI em Pernambuco

Antônio Assis
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Só no HR há 48 pacientes esperando UTI e a unidade só dispõe de 29 desses leitos
Boby Fabisak/JC Imagem

JC Online

Um recorde nada positivo para Pernambuco. Nesta sexta, 172 pacientes em situação de risco aguardavam um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para se tratar adequadamente, nos hospitais da rede pública estadual. A informação é da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), que cobra providências ao Governo do Estado. Cobrança também feita, nesta terça, pelo Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) em encontro com o governador Paulo Câmara. As entidades pediram a reabertura de 305 leitos fechados em 16 unidades do Grande Recife em 2015 e contratação de 732 médicos necessários para cumprir as escalas dessas unidades.

“O governador se comprometeu a nos apresentar um plano de recuperação dos leitos e sobre a carência de médicos em 15 dias; garantiu que iria retomar, de imediato, as obras de recuperação da estrutura e da emergência do Hospital Getúlio Vargas (HGV); e disse que já tinha orçamento para reestruturar a urgência do Hospital Otávio de Freitas (HOF), que está com um processo de interdição ética em aberto por não conseguir dar conta da demanda - esperamos que isso se resolva e não precisemos fechar o hospital”, afirmou o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues.

O médico se surpreendeu com a quantidade de pacientes a espera de uma UTI. “É um número muito alto, leitos de UTI também foram fechados e precisam ser reabertos”, disse. Segundo a Aduseps, a média diária estava em 130 pacientes. “Hoje são 154 adultos, nove crianças e nove recém-nascidos. Só no Hospital da Restauração há 48 pessoas na fila e a unidade só dispõe de 29 leitos”, informou o ouvidor da entidade, Carlos Freitas, acrescentando que iria acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Por meio das promotora de defesa da saúde da capital, Helena Capela, o MPPE tem procedimento aberto contra o Estado. No dia 3 de fevereiro foi dado prazo de 40 dias para o governo apresentar cronograma de reabertura dos leitos de UTIs e de 60 dias para transferir os pacientes crônicos que não necessitam de cuidados intensivos de UTIs para unidades adequadas.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) reconheceu a grande demanda por UTI e que o número desses leitos triplicou desde 2007, passando de 228 para 1.042. “A SES ainda descentralizou esse tipo de assistência para todo o Estado”, destacou. E registrou que, mesmo diante do momento de dificuldades, não tem medido esforços para continuar ampliando os serviços oferecidos pelo SUS e que a fila da UTI “é bastante dinâmica e se renova a cada hora”.

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