A presidente Dilma completou ontem o repasse de 72,5 bilhões de reais para o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e outros bancos públicos, dinheiro que havia retirado de seus cofres para equilibrar as contas do governo. Assim, Madame livrou-se das acusações de haver apelado para recursos ilegítimos que a lei proibia, imaginando escapar do processo de impeachment aberto contra ela no Congresso.
O diabo é que o crime já havia sido praticado, mas tem pior nessa equação contábil. Só no Rio, para não lembrar outros Estados, a saúde pública encontra-se em frangalhos, com a população à míngua, amontoada sem tratamento em filas na porta de hospitais e postos de saúde.
Os 72,5 bilhões serviram para equilibrar as despesas dos estabelecimentos oficiais ou para evitar o sofrimento dos fluminenses abandonados e entregues à própria sorte, sem médicos, enfermeiros, remédios e equipamento imprescindível à própria sobrevivência? No Rio e no restante do país.
O que teria sido melhor? O desvio ou o uso da quantia desviada para minorar as agruras da população? A quem deve atender o poder público? Ao cidadão carente ou ao governante em vias de perder o mandato e parar na cadeia? Pior ainda quando se conclui que o rombo nas contas públicas não se limitou aos 72,5 bilhões, pois em 2015 alcançou 118,6 bilhões.
INCOMPETÊNCIA

Ontem, último dia do ano, tudo continuou subindo, dos transportes coletivos ao dólar, da inflação aos gêneros de primeira necessidade. Dos impostos à taxas e tarifas, os alugueis e os combustíveis. Menos os salários. Parece evidente que nada vai mudar.