Jaques Wagner vê obsessão com imagem do ex-presidente (Foto: Peu Ricardo/Arquivo Folha)
Folhapress
Diante de sua liderança “bastante sólida” e de seu nome “super conhecido” no país, o ex-presidente Lula virou um “objeto de desejo” das investigações. Essa foi a avaliação feita pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil) na noite desta quarta-feira (27).
No início do dia, a Polícia Federal deflagrou a operação Triplo X, que investiga se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Procuradores afirmaram que todos os apartamentos do condomínio Solaris, em Guarujá (SP), são alvo da investigação. No edifício, havia um triplex reservado para a família de Lula, que acabou desistindo do negócio.
“Eu acho que há uma certa obsessão que acaba se difundindo, como se toda operação tivesse o objetivo -e a gente tem testemunhos de pessoas, inquéritos, depoimentos- que sempre se busca a tentativa de contaminar o presidente Lula”, afirmou após participar de cerimônia em memória das vítimas do holocausto.

“Eu só acho que as pessoas têm que aguardar um pouquinho as investigações antes de colocar os carimbos. (…) Isso vale pra todo mundo, pro pessoal que é do meu lado, pra oposição. Ele é uma figura evidentemente que tem uma liderança bastante sólida no país, é uma referência, um nome super conhecido, oito anos presidente da República. Então, virou objeto de desejo”, concluiu.
CPMF
Questionado sobre a reunião do conselhão, que acontece nesta quinta-feira (28), Wagner ponderou que o “caminho” que o governo busca é o da “convergência”, entre empresários, trabalhadores e classe política.
Ele se mostrou favorável a uma CPMF temporária e demonstrou otimismo sobre o debate do tema no encontro de amanhã. “Todo mundo entende que há uma emergência de aumento de receita. Se a convergência for de uma temporalidade pra CPMF, eu acho que é bem-vinda.”
Segundo o ministro da Casa Civil, o governo deve realizar outras três reuniões do conselhão neste ano -a próxima está agendada para abril.
Questionado sobre o início dos trabalhos no Legislativo, ele elogiou o “debate de ideias” e criticou “qualquer tipo de intolerância e dogmatismo que nos impeça de dialogar e buscar caminhos”.
Wagner ponderou que a presidente não deve ir ao Congresso Nacional entregar a mensagem anual a deputados e senadores. A praxe, destacou, é a ida ao Legislativo no primeiro ano de mandato.